Os histriónicos são pessoas que exageram constantemente nas suas atitudes, para captarem a atenção de quem os rodeia. A atitude teatral, excessiva e provocadora, gera frequentemente o efeito oposto, ou seja, a rejeição, realidade que acaba por isolar aqueles indivíduos e por lhes condicionar a vida, a todos os níveis.

 

As pessoas com personalidade histriónica têm uma maneira particular de se relacionarem com o seu meio: procuram ser sempre o centro das atenções onde quer que estejam e, se não o conseguem, sentem-se incomodadas e impelidas a recuperar a atenção. Para tal, utilizam diversas estratégias. Por exemplo, num grupo em que se está a conversar, os histriónicos tendem a cortar os diálogos com um comentário impactante, introduzindo um novo tema, mesmo que não venha a propósito. No caso das mulheres, é habitual que se maquilhem exageradamente, que se vistam de forma chamativa ou que se movam de modo provocante.

Um histriónico pode estar a falar da meteorologia e, de repente, enviar mensagens de sexuais explícitas, chegando, inclusive, a intimidar a outra pessoa, seja homem, mulher, jovem ou adulto. A sua imagem sedutora não se limita às pessoas pelas quais tem interesse sexual ou romântico: pelo contrário, mantém uma atitude sedutora indiscriminada e superficial com todas as pessoas do seu meio laboral ou social. Estes indivíduos são capazes de interpretar uma conversa sem qualquer carga sexual e convertê-la numa ocasião para “flirtar”.

Pessoas muito influenciáveis

As opiniões e sentimentos dos histriónicos são facilmente influenciáveis pelos outros ou pelas circunstâncias. São pessoas que se deixam levar pelas modas do momento e pelos conselhos das outras pessoas.

Quando conhecem alguém, os histriónicos tendem a comportar-se com uma familiaridade que chega a incomodar a outra pessoa. A sua forma de relacionamento é muito expressiva e, por isso, conseguem estabelecer relações com facilidade, mas de modo superficial. Também costumam considerar as suas relações mais íntimas do que são na realidade: podem abraçar a outra pessoa sem que exista a devida confiança ou colocar perguntas sobre assuntos pessoais.

Falar muito e dizer pouco

É comum os indivíduos histriónicos mostrarem uma opinião muito contundente sobre um tema, sem que saibam argumentar ou desenvolver, ficando pela superfície e utilizando argumentos vagos e difusos. Ou seja, falam muito e dizem pouco!

Por outro lado, comunicam de forma exageradamente expressiva, pondo a descoberto as respectivas emoções. A expressão dos seus sentimentos é variável e pouco constante, do mesmo modo que o seu estado de ânimo pode variar a qualquer momento. Contudo, mais uma vez, estas emoções são superficiais: embora revelem alegria, não conseguem expressar os sentimentos mais profundos.

Em conclusão: os histriónicos recorrem aos dotes teatrais para disfarçar a falta de capacidades e conseguir a atenção desejada. Mas até neste plano são maus, pois exageram e tornam as situações mais dramáticas do que realmente são.

Dificuldades de adaptação

Imagine que está numa fila do supermercado, à espera da sua vez para pagar. Que faria, se alguém se colocasse à sua frente? Existem várias opções e, entre elas, está dirigir-se de forma tranquila a essa pessoa e pedir-lhe que se coloque no seu sítio. Nesta situação, a reação típica de um indivíduo histriónico seria desatar aos gritos, gesticulando imenso, para atrair todas as atenções.

Geralmente, qualquer um de nós procura encontrar estratégias alternativas, quando as habituais não funcionam, conseguindo, no final, adaptar-nos às diferentes experiências da vida. Em contrapartida, as pessoas com uma maneira de ser histriónica têm em comum a incapacidade para se adaptarem às novas situações, como seria de esperar de qualquer pessoa que vai acumulando experiências vitais. Assim, reagem sempre do mesmo modo, independentemente de onde se encontrem e com quem falem, seja esta reação conveniente ou não. Por exemplo, no emprego, podem ser os primeiros a propor uma greve para pedir aumento de salário, facto que lhes granjeia popularidade entre os colegas de trabalho.

Leia o artigo completo na edição de janeiro 2017 (nº 268)