Artigo da responsabilidade da Dra. Catarina Sofia Correia, Nutricionista, Clínica Tejo Saúde, Parceira Fitness Hut – Grupo Viva Gym
Nos alimentos podemos encontrar dois tipos de açúcar: os simples e os complexos. Os simples são açúcares de fácil digestão e absorção pelo organismo, constituindo assim uma fonte rápida de energia, mas de curta duração. Encontram-se, por exemplo, nos refrigerantes, chocolates, bolachas e bolos. Já os complexos são açúcares cuja digestão e absorção é mais lenta, constituindo uma fonte de energia de maior duração. Estão presentes, por exemplo, na massa, arroz, pão, batata e leguminosas.
Existem alimentos que contêm açúcares simples naturalmente presentes e que devem fazer parte da alimentação diária, como a fruta (frutose), o leite e os iogurtes sem adição de açúcar (lactose). Por outro lado, existem alimentos aos quais são adicionados açúcares simples, como as bolachas, bolos, refrigerantes, fruta enlatada, leite com chocolate, etc.
TIPOS DE AÇÚCARES
O açúcar apresenta-se de diferentes formas e sabores dependendo do processo de refinação:
- AÇÚCAR MASCAVADO – É o primeiro tipo de açúcar a ser extraído do sumo da cana de açúcar, não sofrendo qualquer refinação. Este contém menos sacarose (95%) do que o vulgar açúcar branco (99,9%); os restantes 5% dizem respeito a sais minerais e matéria orgânica que dão ao açúcar mascavado a cor e aroma específico (baunilha e rum);
- AÇÚCAR CRISTALIZADO BRANCO – Este é constituído por 99,9 % de cristais de sacarose, que são naturalmente brancos. O açúcar branco fornece 391 Kcal por cada 100g, contra 377 do açúcar mascavado. Além disso, com o processo de refinação, o açúcar branco perde minerais, como cálcio, magnésio, fosforo e potássio. No entanto estas características não tornam o açúcar mascavado mais interessante nutricionalmente do que o açúcar branco, uma vez que a sua ingestão pode ser tão prejudicial para a saúde quanto a ingestão de açúcar branco.
- AÇÚCAR EM PÓ – Trata-se de um açúcar granulado normal moído finamente. Existem de dois tipos: açúcar em pó com amido, onde é adicionado uma pequena percentagem (inferior a 3%) de antiaglomerante, que evita a formação de grumos e torna os produtos finais mais leves; e açúcar em pó sem amido, sem antiaglomerante. Os principais clientes deste produto são empresas da indústria farmacêutica.
- AÇÚCAR LIGHT – É uma mistura de açúcar de cana e de um adoçante feito a partir do açúcar, a sucralose. Esta é um derivado do açúcar, obtido através da modificação da molécula de açúcar, tornando-se aproximadamente 600 vezes mais doce, garantindo o mesmo paladar com zero calorias.
- MEL – É um alimento produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido das flores e processado pelas suas enzimas digestivas. Ao contrário do açúcar refinado, o mel possui inúmeros benefícios para a saúde, nomeadamente: poder antioxidante; cicatrização de feridas; propriedades antidiabéticas (devido ao baixo índice glicémico) e atividade antimicrobiana. Relativamente ao valor energético, o mel fornece 304 Kcal por cada 100g, valor substancialmente mais baixo que o açúcar.
- AÇÚCAR DE COCO – A extração do açúcar de coco é feita a partir das flores da palma de coco. O néctar dessas flores é retirado e aquecido ,criando um caramelo espesso. Esse caramelo é, então, triturado em pequenos cristais. Quanto ao valor energético, por cada 100g de açúcar de coco existem 360 kcal, ligeiramente menos que os açúcares mascavado e refinado. O açúcar de coco é considerado um substituto mais saudável para o açúcar refinado, devido ao seu baixo índice glicémico.
ADOÇANTES
De forma a substituir o açúcar, surgiram os adoçantes, também designados de edulcorantes, que possuem um poder adoçante muito superior ao açúcar. Existem dois tipos: os calóricos e os não calóricos.
Os calóricos contêm calorias, mas em quantidades significativamente inferiores ao açúcar – sorbitol, manitol, xilitol, maltitol e stévia. Os não calóricos, tal como o nome indica, não contêm calorias nem alteram a glicémia. Possuem um poder adoçante muito superior ao açúcar – acessulfame de potássio, sacarina, aspartame, sucralose, ciclamato).
Os adoçantes, quando consumidos nas quantidades diárias recomendáveis, não representam perigo para a saúde humana nem se relacionam com um aumento do risco de cancro, ao contrário do que tem sido afirmado ao longo das últimas décadas.
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