A Associação Nacional AVC alerta as entidades governamentais para a urgência de se implementar um novo modelo de intervenção ao nível da reabilitação das vítimas de acidente vascular cerebral, em Portugal.
O número de sessões comparticipadas pelo Ministério da Saúde é inegavelmente insuficiente e, em grande parte, de discutível qualidade. Além disso, à exceção de Alcoitão e do Centro de Reabilitação do Norte, não existem unidades de reabilitação e de promoção da autonomia com condições de excelência e específicas para estes doentes.
Por outro lado, existe uma realidade alarmante quando olhamos para as famílias de um doente de AVC, muitas delas com dificuldades em proporcionar um contexto digno e humano ao seu familiar. “Temos cuidadores que acolhem no seu seio doentes dependentes com muitas vulnerabilidades sociais, económicas e psicológicas. Contextos com carência de alimentos e medicação e com um acompanhamento médico altamente deficitário”, sublinha Clara Fernandes, presidente da Associação Nacional AVC.
De acordo com os estudos mais recentes, 6 portugueses sofrem um AVC por hora, resultando em 2 a 3 mortes. O estilo de vida atual, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo e o tabaco colocam em risco 85% da população portuguesa. “Estes números refletem um cenário preocupante e que necessita de uma atuação urgente por parte do Governo do ponto de vista da prevenção e sensibilização para os fatores de risco do AVC. É imperativamente necessário refletir e operacionalizar uma política eficiente e concertada inclusive com a única Associação Nacional de doentes para em conjunto diminuirmos esta enfermidade”, remata Clara Fernandes.