Já se perguntou como a neurociência pode ajudar a aprimorar a sua vida pessoal e profissional? E se houvesse uma maneira de entender melhor como a sua mente funciona, para melhorar a sua qualidade de vida?

A neurociência é uma ciência fascinante que estuda o funcionamento do cérebro e como ele afeta o nosso comportamento, pensamentos e emoções. Hoje, venho falar sobre a sustentabilidade cognitiva.

Artigo da responsabilidade da Dra. Ana Guerreiro. Neurociência Cognitiva Aplicada

 

Com as pesquisas em neurociência, descobriu-se que qualquer imagem, som, vídeo, podcast, vodcast, consome recursos de atenção, e que tudo consome energia ao nosso cérebro, para ser processado, integrado, ou, se for o caso, descartado.

Não possuímos muitos “créditos” energéticos e de atenção, para gastar em cada dia. Temos uma média de 4-6 horas de potencial de uso do córtex pré-frontal, a área do cérebro que pensa, planeia, ajuda a ter tolerância, decide, controla impulsos, ou seja, as faculdades racionais.

Atendendo a que a maioria das publicações e vídeos são “descartáveis”, informação sem relevância, que nos consome energia, atenção, emoções, neuroquímicos e tempo, de igual forma, poderemos começar a ter mais cuidado e pensar onde vamos gastar esses “créditos”, ao longo do dia.

Esses recursos cognitivos, energéticos, emocionais e atencionais são os mais preciosos que temos, e estão a ser consumidos à velocidade do “scroll” e, muitas vezes, com narrativas que ninguém permitiria o pior inimigo falar-lhe na cara, nem indiretamente.

Os comentários polarizados, bem como respostas passivo-agressivas, nas redes sociais, fazem-nos gastar recursos emocionais e energia que, por sua vez, nos faz perder paciência e nos leva a entrar na defensiva, sem estarmos conscientes disso.

Sendo nós os consumidores, estamos também a ser “consumidos”. Estão a fazer-nos perder energia, foco, poder de decisão, memória, neurotransmissores, força de vontade, tempo, produtividade, amor-próprio e, por vezes, a vida, principalmente a dos jovens.

A poluição do oceano digital é tão ou mais perigosa que a dos mares e oceanos do Planeta.

Ativemos agora a “sustentabilidade cognitiva”, um termo que criei para nos levar a perceber novas formas de nos protegermos da “toxicidade” que abunda no ambiente cibernético, e perceber como obter mais consciência na “pegada psicológica”, evitando “poluir” e sobrecarregar também o nosso “feed” com informações desnecessárias, que apenas façam outros perder tempo e recursos cognitivos, energéticos e atencionais.

A neurociência apresenta muitas estratégias para nos protegermos desta “poluição” digital, aumentar o foco para o que interessa e, com isso, o poder de decisão.

Este conhecimento é poderoso para nos proteger da nova “vaga imersiva” que está a operar.

Que a neuroplasticidade seja apenas inundada de criatividade, e não de “plástico algorítmico”. Falarei neste “super neuro-poder”, o da neuroplasticidade, no próximo artigo.