Estima-se que, em Portugal, 8% da população apresenta sintomas de stress pós-traumático na sequência de exposição a acontecimentos adversos, tais como catástrofes naturais, acidentes de viação, violência social e familiar e contextos de guerra ou terrorismo.
O stress pós-traumático é uma forma de ansiedade que se segue à experiência de um acontecimento particularmente traumático no plano psicológico. A experiência stressante é exterior ao indivíduo, fora dos acontecimentos comuns da vida humana, como sejam as situações de guerra, tortura, abuso sexual, catástrofes naturais (terramotos, incêndios), desastres provocados pelo homem (explosões, quedas de aviões, acidentes de viação), situações onde a maioria das pessoas não tem capacidade de desenvolver as reações mais adequadas.
Esta situação pode tornar-se numa doença psiquiátrica crónica, marcada por surtos e remissões. As investigações clínicas apontam para a ocorrência de alterações neurobiológicas do sistema nervoso central e periférico, nestes casos.
Quem sofre deste distúrbio?
Em Portugal, num estudo que englobou mais de 2600 participantes com uma média de idades de 43 anos, verificou-se que quase 8% dos entrevistados sofreram de stress pós-traumático ao longo da sua vida, o que poderá fazer prever que, na população geral, este distúrbio possa afetar mais de 800.000 indivíduos, pelo menos, uma vez na vida. Os grupos mais afetados são: o sexo feminino (mais de 11% das mulheres e quase 5% dos homens), o grupo dos 45 aos 65 anos, os viúvos e divorciados. Também os desempregados (14%), os trabalhadores precários (12%) e os militares (10%) apresentam este distúrbio.
Os acontecimentos stressantes mais frequentemente encontrados foram: morte repentina de familiar ou amigo, ataque físico, acidente grave de viação, violação, abuso sexual antes dos 18 anos e situações de guerra.
Leia o artigo completo na edição de setembro 2017 (nº 275)