O método Pilates foi criado por Joseph Pilates no início do século xx e consiste num sistema de treino corporal muito completo, em que o corpo é trabalhado como um todo, desde a musculatura mais profunda à mais periférica, e em que intervêm tanto a mente como o corpo e a respiração.

 

Artigo da responsabilidade da Profª Rita Franco

Licenciada em Ciências do Desporto e Educação Física pela Faculdade de Coimbra e em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde de Aveiro. Exerce funções no Holmes Place Arrábida como fisioterapeuta, personal trainer, instrutora de Pilates e Body Balance. Trabalha também como formadora na Holmes Place Training Academy, no âmbito do Pilates, Personal Training Foundation Course, Plataformas Vibratórias e Ginástica Abdominal Hipopressiva.

  

Os exercícios que compõem o método Pilates envolvem contrações isotónicas (concêntricas e excêntricas) e, principalmente, isométricas, com ênfase no que Joseph denominou “power house” (ou centro de força). Este centro de força é composto pelos músculos abdominais, glúteos, paravertebrais e lombares, que são responsáveis pela estabilização estática e dinâmica do corpo. Assim, durante os exercícios, a expiração é associada à contração do diafragma, do transverso abdominal, do multífidos e dos músculos do pavimento pélvico.

Oito são os princípios básicos pelos quais a técnica se rege, sendo eles a concentração, respiração, centralização, controlo, precisão, fluidez, isolamento e rotina. Os exercícios são sempre adaptados às condições do indivíduo e o aumento da dificuldade respeita as características e habilidades individuais.

O método é recomendado para ganho de flexibilidade, de definição corporal e para aumento da saúde. Recentemente, ganhou espaço e popularidade no tratamento de atletas de elite na reabilitação. Também é empregue no tratamento de desordens neurológicas, dor crónica, problemas ortopédicos e lombalgias.

O QUE É O PILATES CLÍNICO?

O Pilates Clínico é dado por um fisioterapeuta credenciado e consiste numa ferramenta eficaz no processo de reabilitação, apresentando benefícios variados, quando aplicado de acordo com os seus princípios. Apresenta poucas contraindicações e a maioria não impede a aplicação do método, apenas exige algumas alterações e cuidados, enfatizando que o método seja individualizado.

 PILATES CLÍNICO E LOMBALGIA

A Organização Mundial da Saúde reconhece a lombalgia como um comprometimento multifatorial que revela a perda ou anormalidade da estrutura da coluna lombar, de etiologia psicológica, fisiológica ou anatómica, levando a uma desvantagem que limita ou impede o desempenho das atividades físicas. Dentro dessa perspetiva, podem-se evidenciar síndromes de uso excessivo, compressivas ou posturais, relacionadas à fraqueza muscular, desequilíbrios musculares, aumento da fadiga e instabilidade do tronco.

Vários estudos têm sido realizados sobre lombalgias, devido à sua alta incidência e ao alto custo do seu tratamento. O método de Pilates é considerado uma nova ferramenta, pois tem sido comprovado que o exercício com contração dos músculos multífidos e transverso abdominal é dos tratamentos mais eficientes para esta disfunção, tanto a curto quanto a longo prazo (Maher, 2004; Rydeard et al., 2006).

 Leia o artigo completo na edição de novembro 2017 (nº 277)