É importante alertar para a necessidade de controlar uma das complicações mais frequentes da diabetes, cuja incidência insiste em manter-se elevada: o pé diabético.

 

A diabetes é uma doença muito frequente em Portugal, afetando cerca de um décimo da população. Mais de um quarto das pessoas com mais de 60 anos são diabéticos. Uma importante percentagem destes doentes acaba por sofrer alterações dos membros inferiores, nomeadamente feridas e infeções do pé, dando origem ao chamado pé diabético.

Dados epidemiológicos demonstram que o pé diabético é a principal causa de internamento do portador de diabetes, bem como a principal causa de amputação de membros inferiores.

A Organização Mundial de Saúde reconhece que a saúde pública se depara com um sério problema em relação à diabetes. A previsão para o ano de 2025 é de cerca de 400 milhões de diabéticos. Destes, pelo menos 25% vão ter algum tipo de comprometimento significativo nos seus pés.

Mas o que é, afinal, o pé diabético?

O pé diabético é uma das complicações mais frequentes da diabetes, patologia que faz com que os membros acabem por sofrer de falta de irrigação e perda de sensibilidade, necessitando de cuidados específicos e adaptados à sua condição.

É comum o paciente só se preocupar com a lesão quando esta já está em estádio avançado e, muitas vezes, já acompanhada de uma infeção secundária, fazendo com que o tratamento seja bem mais complexo. Quando não existe essa preocupação, pode haver necessidade de amputar uma parte do membro ou, até mesmo, todo o pé, procedimento que acarreta custos económicos elevados, suportados pelo Estado e o próprio doente. São valores que incluem cuidados de saúde, perda de rendimentos e de produtividade, entre muitos outros custos.

Prevenir é possível

A prevenção é, sem dúvida, a ação mais importante nesta patologia. Mas como pode ser realizada? Através de um exame diário dos pés e com proteção de dedos e tornozelos. Estas são as maneiras mais fáceis de evitar o aparecimento de lesões. É necessário secar bem os pés, cortar as unhas periodicamente e com cuidado para não causar feridas, evitar a aproximação de calor perto do local (bolsas de água quente e fogo), examinar diariamente os sapatos e ir a consultas periódicas com seu médico, recorrendo à Podologia para consultas de rotina, de 6 em 6 meses ou conforme indicação do podologista, depois de avaliação clínica prévia.

Para prevenir e/ou tratar a secura cutânea e as demais alterações provenientes da diabetes, deve-se optar por produtos com fórmulas reforçadas e que providenciem cuidados especiais e de prevenção para o pé do diabético. Desta forma, garantem a proteção global do pé e a sua ação preserva o papel protetor da pele, prevenindo o aparecimento de hiperqueratoses, e favorece a regeneração dos tecidos.

Os melhores produtos apresentam reparações nas fissuras e gretas numa grande percentagem de casos, após cerca de um mês de utilização, mantendo a pele hidratada e saudável. Devem ser aplicados uniformemente por todo o pé, duas vezes ao dia, através de massagem local, até que se verifique a absorção total. Deve-se insistir nas zonas mais expostas à fricção dos sapatos e evitar a sua utilização sobre peles que apresentam lesões ou feridas e excluir os espaços interdigitais.

O tabaco e o álcool são fatores agravantes para pacientes portadores de diabetes, pois colaboram para o agravamento de problemas neurovasculares. Como tal, a educação, a informação e a intervenção precoce são, sem dúvida nenhuma, consideradas os pontos-chave para uma mudança favorável de prevenção e consciencialização deste sério e complexo problema da atual sociedade.

 Leia o artigo completo na edição de dezembro 2021 (nº 322)