Hoje, 19 de maio, celebra-se o Dia Mundial do Médico de Família. Mas o que sabe sobre o seu médico de família e sobre a Medicina Geral e Familiar?
Artigo da responsabilidade da Dra. Ana Sequeira. Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar na Clínica CUF S. João da Madeira e no Hospital CUF Trindade
A Medicina Geral e Familiar é, de acordo com o Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar, uma especialidade médica que promove cuidados de saúde a todos os que procuram o médico de família, independentemente da idade, género, etnia ou estado de saúde. O especialista em Medicina Geral e Familiar é o médico que o acompanha de forma personalizada e em continuidade, ou seja, ao longo da sua vida.
Este médico constitui o primeiro ponto de contacto com os cuidados de saúde e tem em conta o contexto pessoal, familiar, comunitário e cultural da pessoa. Acompanha a pessoa desde o nascimento (e pré-conceção) até à morte, incluindo o luto. Acompanha a saúde de toda a família, seja ela nuclear, alargada, reconstruída ou outra. Ao acompanhar as diferentes etapas da vida, procura antecipar cuidados, promover estilos de vida saudáveis, identificar precocemente a doença, corrigir fatores de risco modificáveis e pressupõe um acompanhamento regular.
A consulta de Medicina Geral e Familiar é muito diversificada. Pode servir para cuidar de problemas agudos, como uma amigdalite. Pode implicar o preenchimento de formulários próprios, como os atestados para a carta de condução ou os atestados para a prática desportiva, cujas consultas obrigam a uma avaliação e exame físico detalhados. Podem ser consultas de vigilância de doenças crónicas, como a hipertensão arterial, a diabetes, a dislipidemia, a obesidade ou as doenças respiratórias. Podem ser consultas de planeamento familiar, de pré-conceção, de rastreio oncológico. Podem ser também consultas de vigilância de gravidez ou de saúde infantil e juvenil ou consultas mais específicas, como, por exemplo, de dor crónica, de cuidados paliativos ou outras, dependendo da formação do médico. Existem ainda, por vezes, situações agudas que não conseguimos resolver em consulta e que podem obrigar a referenciar para o Serviço de Urgência.
Seja no setor privado, seja no setor público, o médico de família pauta-se pelos mesmos valores. Procuramos orientar quem nos procura para maiores ganhos em saúde e procuramos praticar a melhor medicina baseada na evidência atual.
De acordo com a minha experiência, as consultas são personalizadas e adaptadas a cada elemento da família, dirigidas a cada um dos problemas de saúde (ou outros) a tratar em cada consulta, solicitando os exames necessários e programando a periodicidade de acompanhamento de acordo com cada caso em particular. É privilegiado o contacto presencial, mas é também possível o contacto telefónico ou a teleconsulta. É estabelecido o mesmo compromisso de acompanhamento longitudinal e continua a dar-se ênfase à relação médico-doente, como pilar do plano de tratamento, habitualmente partilhado com o doente e que pode abranger cuidados preventivos, curativos ou paliativos.
O médico de família é o médico da pessoa como um todo. E por isso, quando necessário, o seu médico irá orientá-lo para médicos de outras especialidades, médicas ou cirúrgicas, em função dos problemas a tratar, continuando a acompanhar a sua saúde. É o médico com quem tudo começa e a quem tudo retorna.
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