Mais exercício físico e uma alimentação saudável são algumas das intenções recorrentes, quando o tempo de praia se aproxima. Porém, estas nem sempre são suficientes para atingir o corpo de sonho e manter a autoestima elevada. A solução pode passar por uma lipoescultura, que vai modelar o corpo, retirando o que está a mais, preenchendo zonas que necessitem de um novo volume.

 

Artigo da responsabilidade do Dr. João Bastos Martins. Especialista em Cirurgia Plástica, Estética e Reconstrutiva

 

O termo não é novo, mas é comum confundir-se a lipoescultura com outros procedimentos estéticos, assim como a sua utilidade. Para acabar com estas dúvidas e garantir que os portugueses fazem as escolhas corretas, optando pelos procedimentos que mais lhe convêm, aqui deixo alguns esclarecimentos e curiosidades sobre a lipoescultura.

A lipoescultura não é indicada para perda de peso

Uma lipoescultura não é apenas uma lipoaspiração. Apesar da remodelação corporal passar também pela retirada de gordura que está a mais no corpo, não é apenas isso e não é um procedimento adequado para quem quer perder peso.

Remodelar o corpo é dar-lhe as formas desejadas, fazendo ajustes, retirando gorduras acumuladas em sítios problemáticos, como os flancos, ou dando forma a zonas do corpo que estejam menos voluptuosas, como as coxas ou as mamas, à semelhança do que um artista faz com uma escultura.

O procedimento não se foca apenas no abdómen

Uma remodelação corporal exige olhar para o corpo na sua totalidade, para que fique equilibrado, de acordo com cada estrutura. Neste sentido, a lipoescultura pode abranger zonas tão distintas como pescoço, barriga, flancos, coxas ou joelhos. O peitoral (no homem) ou a mama (na mulher) também podem ser tidos em conta neste processo, já que devem estar em linha com as restantes partes do corpo.

A gordura retirada pode ser reintroduzida noutra parte do corpo

A gordura não é necessariamente má: só o é quando está a mais. Na verdade, é um preenchimento natural, frequentemente utilizado nas lipoesculturas, já que permite aumentar o volume de outras zonas do corpo, de uma forma simples, com um resultado muito natural.

É comum, por exemplo, utilizar a gordura retirada dos flancos para preencher a mama ou os glúteos, sem que se note esse enchimento e sem qualquer imperfeição, como a tão temida “casca de laranja”, já que é um “produto” natural, bem aceite pelo corpo, que se adapta.

Não há risco de voltar a engordar nas zonas intervencionadas

A gordura do nosso corpo está agrupada em “bolsas” e todos nascemos com uma certa quantidade dessas bolsas, não aumentando o seu número ao longo da vida, genericamente falando (o que acontece é que essas bolsas aumentam de tamanho).

Na lipoescultura, à semelhança do que acontece com a lipoaspiração, retiramos bolsas de gordura, que não voltam a surgir. Por isso, diminui a possibilidade de voltar a engordar.

A retirada de bolsas de gordura, por exemplo na zona abdominal, também não aumenta as chances de engordar noutras zonas, porque o corpo não faz essa compensação.

O tempo de recuperação é curto

Uma remodelação alargada, que pode intervencionar várias partes do corpo, pode parecer algo demorado e de difícil recuperação, mas não o é, graças ao avanço da tecnologia e das técnicas utilizadas. Quando realizado nas circunstâncias recomendadas, é um procedimento de baixo risco, realizado com pequenas incisões de 3 a 5 milímetros, por onde é introduzida uma cânula de aspiração. A duração e a necessidade, ou não, de internamento dependerão das especificidades de cada caso.

Depois da intervenção, o regresso ao trabalho pode dar-se dentro de uma semana e os fãs de corridas estarão aptos a calçar os ténis num mês.

A lipoescultura pode ser realizada tanto no corpo feminino como no masculino, respeitando as características de cada formato. Aliás, mais do que a mudança desejada, a individualidade e a estrutura de cada um são pontos essenciais a ter em conta na hora de realizar qualquer procedimento estético, assim como as questões de saúde.

Mais importante do que seguir determinadas modas ou padrões de beleza pré-definidos, é manter um corpo equilibrado e saudável, física e mentalmente, para que tenha um impacto positivo na autoestima e na felicidade.

Leia o artigo completo na edição de julho-agosto 2020 (nº 307)