A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino, localizada à frente do reto e logo abaixo da bexiga, envolvendo uma parte da uretra.
O crescimento da próstata – designado hiperplasia benigna da próstata (HBP) – e outras causas de sintomatologia do trato urinário (LUTS) são muito prevalentes, representando 80% dos casos de patologia prostática e têm um impacto muito significativo na qualidade de vida. Estão intimamente relacionados com o envelhecimento e, por isso, o seu impacto clínico tem vindo a aumentar.
Artigo da responsabilidade do Dr. António Pedro Carvalho. Médico especialista em Urologia no Trofa Saúde Braga Centro, Braga Sul, Famalicão, Hospital Central e Trofa
Os homens com hiperplasia benigna da próstata queixam-se de aumento da frequência urinária, quer durante o dia, quer durante a noite, associado a vontade súbita e inadiável de urinar.
Outras queixas apresentadas pelos doentes são: incontinência urinária, dificuldade de iniciar e gotejamento no final da micção. Estes sintomas agravam-se com o tempo e condicionam a atividade diária e o padrão do sono. Se deixados sem tratamento, podem provocar alterações irreversíveis no funcionamento da bexiga, bem como dos rins, podendo mesmo levar à insuficiência renal.
Sabe-se que 90% dos homens entre os 45 e os 90 anos sofrem, em grau variável, de LUTS. A hiperplasia benigna da próstata é umas das doenças mais frequentes nos homens com mais de 50 anos, estimando-se que seja superior a 50% aos 60 anos e que atinja 90% aos 85 anos. Em cada 10 homens com mais de 50 anos, seis vão ter sintomas provocados pela hiperplasia benigna da próstata e três vão ter de ser submetidos a cirurgia.
O volume da próstata, bem como a experiência do cirurgião e as técnicas disponíveis são determinantes nas cirurgias a oferecer aos doentes. Podem ser realizados procedimentos através da uretra com laser ou energia bipolar, bem como abertas, por laparoscopia ou robóticas. Muito importante, na altura da decisão da técnica cirúrgica, são a gestão das expectativas e os receios dos efeitos laterais provocados pela cirurgia, nomeadamente a preservação da continência e da função sexual.
A aquablação robótica é um procedimento inovador para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata. É um tratamento avançado e minimamente invasivo que utiliza a potência de jatos de água com a precisão robótica para proporcionar o alívio duradouro dos sintomas de hiperplasia benigna da próstata, independente do volume da próstata, mantendo a continência e a função sexual.
Cada próstata é única e este procedimento foi desenhado para personalizar cada cirurgia. Utiliza uma ecografia transretal e um instrumento através da uretra com uma câmara, por onde vão ser aplicados os jatos de água. Desta forma, o cirurgião pode, em tempo real, proceder à marcação das zonas da próstata que deve extrair e a evitar. Este mapeamento e a não utilização de energia térmica, permite evitar destruir as zonas da próstata que causam complicações irreversíveis como a disfunção erétil ou ejaculatória e a incontinência.
Após o mapeamento, um jato de água de alta velocidade destrói o tecido prostático identificado. Esta aplicação do jato de água é exclusivamente realizada pelo robô, anulando o erro humano, e assegura de forma precisa, consistente e previsível o tecido prostático a ser extraído. Esta fase do procedimento dura cerca de 5 minutos.
Mais de 90% dos doentes têm alta nas primeiras 24 horas, já sem cateter vesical, urinando espontaneamente. Por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, permite uma recuperação e retorno à atividade diária extremamente rápida.
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