Estudo aponta para inexistência de ciclovias e perigos de trânsito no adiamento dessa transição.

Os portugueses (64%) querem substituir gradualmente o seu automóvel pela bicicleta, dos quais 55% assume que vai mesmo fazê-lo nos próximos anos, mas o perigo causado pelos carros, a inexistência de ciclovias e as distâncias demasiado longas estão na base do atraso dessa mudança, revela um estudo da APP Fixando, conduzido entre 25 e 30 de maio a 827 inquiridos utilizadores da sua plataforma.

No inquérito, realizado a propósito do Dia Mundial da Bicicleta, que se assinala hoje, dia 3 de junho, 31% dos inquiridos afirmou utilizar frequentemente a bicicleta, com 70% destes a fazê-lo de forma lúdica e apenas 30% a utilizá-la para deslocações.

Este meio de transporte ainda não é o escolhido como meio de deslocação habitual porque 56% teme o perigo causado pelos carros, 45% sublinha a ausência de ciclovias suficientes para garantir segurança, enquanto outros 45% assume que as distâncias ainda são demasiado longas.

“Apesar do crescimento das ciclovias em número e em utilização, estas continuam a ser francamente insuficientes para que a transição para este meio de transporte registe números mais expressivos”, explica Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando.

No que toca às crianças, a esmagadora maioria dos inquiridos (89%) acredita ser fundamental que estas aprendam cedo a andar de bicicleta, no entanto, 35% considera inseguro que as crianças se desloquem de bicicleta para a escola ou para outras atividades.

Apesar desta preocupação, apenas 31% revelou conhecer a existência de aulas de bicicleta e só 27% consideraria participar nas mesmas.

A Fixando, APP que liga clientes a especialistas de todas as áreas, assinala com otimismo o aumento do número de ciclistas, traduzido no crescimento de serviços desta área, que registaram um aumento da procura de 57% em maio, face ao mês anterior.

“Este ano apostámos nos serviços de aluguer, aulas e oficinas para bicicletas, pois são necessidades cada vez mais presentes no mercado, fruto não só do aumento do preço dos combustíveis, mas também da preocupação em optar por meios de transporte mais sustentáveis, com o objetivo de contribuir positivamente para a transição climática”, conclui Alice Nunes.