Uma equipa de investigadores da Universidade e do Hospital Fernando Pessoa está envolvida no desenvolvimento de um método inovador para combater o cancro. O projeto APTAMER pretende marcar as células do cancro com fragmentos do vírus covid-19, de forma que as defesas do organismo destruam estas células por “pensarem” que estão infetadas com o vírus.
O sistema usado para marcar as células tumorais será uma nanopartícula de DNA que transporta partículas inativas do vírus SARS-CoV-2.
De acordo com o coordenador do projeto, o docente e investigador Rúben Fernandes, “este projeto assume grande relevância, uma vez que as células de cancro aprenderam a ‘ficar escondidas’ da vigilância imunológica. Aproveitando esse facto, iremos mascarar as células cancerígenas com os mesmos sinais de uma célula infetada por covid-19. Tirando partido do processo de vacinação massiva anti-covid, um fenómeno ímpar na história da Humanidade, a terapia levará as defesas do organismo até às células de cancro e promoverá a sua remoção”.
A estratégia utiliza ainda um método terapêutico inovador, por se utilizar um sistema de entrega do tratamento por nanomedicinas genómicas e de precisão, mais eficazes, mais seguras e inteligentes, que podem direcionar o tratamento até à célula-alvo desejada.
Nesta fase, os cientistas vão “ensinar” o sistema imunológico a tratar o cancro da próstata, num sistema in vitro e em animais de laboratório, com vista a tornar o processo eficiente e seguro para ser usado na população.
A Fundação Fernando Pessoa é a instituição de acolhimento do projeto APTAMER e conta com a colaboração de docentes e investigadores do IPP e da spin-off iLoF.