Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), em conjunto com a GSK, desenvolveu o estudo nacional “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?”, com o objetivo de avaliar o conhecimento dos portugueses (população geral e população de risco) sobre a importância da vacinação na idade adulta, nomeadamente o seu contributo para o envelhecimento saudável, bem como o seu conhecimento sobre a prevenção de doenças infeciosas em idade adulta e conhecimento do Herpes zoster, mais conhecido como “zona”. O estudo foi desenvolvido pela 2Logical, entre outubro e dezembro de 2021.
“A população portuguesa, atualmente, tem uma esperança de vida muito elevada e isso deve ser motivo de reconhecimento. Por outro lado, sabemos que a qualidade de vida dessa população é consideravelmente mais baixa em Portugal do que noutros países da Europa. Isso está relacionado com a maior prevalência e risco acrescido de doenças neurodegenerativas, patologias crónicas e infeções oportunistas relacionadas com o enfraquecimento do sistema imunitário com o aumentar da idade, um processo natural conhecido como imunossenescência. Consideramos que os resultados deste estudo devem ser motivo de reflexão sobre o que pode ser feito para aumentar a qualidade de vida da população adulta portuguesa, algo em que a vacinação pode desempenhar um papel central”, considera Eduardo de Gomensoro, diretor médico de Vacinas da GSK Portugal.
Os resultados do estudo revelam que 75% da população – 3 em cada 4 portugueses – acreditam que as vacinas ajudam a estimular o sistema imunitário e 7 em cada 10 consideram a vacinação um fator crítico de sucesso para o envelhecimento saudável. Do total de inquiridos, mais de metade da população geral (65%) afirma conhecer o Programa Nacional de Vacinação (PNV) e 73% das pessoas pensam ter todas as vacinas em dia. Em comparação com a população considerada de risco, onde 76,2% diz conhecer o PNV e é também este grupo que mais tem as vacinas em dia.
O estudo foi realizado durante a pandemia da covid-19, altura em que a maioria da população adulta já tinha o esquema vacinal inicial completo contra o SARS-CoV-2, com os indivíduos auscultados a revelarem que a pandemia veio realçar a importância da vacinação na idade adulta: 86% dos portugueses consideram a vacinação ao longo da vida como algo muito importante para a sua saúde e 6 em cada 10 (59,8%) tencionam vacinar-se caso estejam entre o grupo de risco para determinada doença. Adicionalmente, cerca de metade da população portuguesa (49,7%) demonstra também intenções de vacinar-se sempre que seja necessário – destes indivíduos mais de metade têm 65 anos ou mais.
Outro fator consensual entre a maioria da população (90,4%) é a defesa de que as vacinas deveriam ser gratuitas para os grupos de maior risco, como idosos ou portadores de doenças crónicas. Adicionalmente, 9 em cada 10 concordam totalmente que todas as vacinas deviam ser gratuitas para a generalidade da população.
“É muito importante que a população mais idosa esteja devidamente informada sobre os benefícios da vacinação contra diversas doenças, pois sabemos que é nestas faixas etárias que algumas delas assumem contornos de maior gravidade. Por outro lado, o estudo também releva a posição clara dos portugueses sobre a necessidade das vacinas estarem acessíveis, sem barreiras, para idosos e portadores de doenças crónicas”, defende o Dr. Nuno Jacinto, presidente da APMGF.
No caso concreto do Herpes zoster, 70% da população portuguesa com mais de 50 anos afirma conhecer esta patologia, contudo o nível de preocupação não é muito elevado uma vez que 53% não conhecem os fatores de risco associados à doença, 16% não conhecem os sintomas e 28,6% não sabem qual é a faixa etária que está mais vulnerável ao seu aparecimento. Apesar de ser uma doença prevenível através da imunização, 8 em cada 10 portugueses referem o desconhecimento sobre esta vacina e indicam este fator como a principal barreira à vacinação.
Por outro lado, os resultados do estudo indicam ainda que se esta vacina estivesse disponível de forma gratuita e universal, 79% da população em geral e cerca de 87% da população de risco gostaria de se vacinar contra a zona.
Este estudo revela que 80% dos portugueses afirmam conhecer o PNV e têm em consideração as recomendações dos profissionais de saúde no que diz respeito à vacinação, sendo o médico de família, com 78,3%, o especialista mais destacado. “É fundamental que neste contexto de recuperação da pandemia da Covid-19, que deixou grande parte da população desperta para a importância da vacinação, continuarmos a fazer todos os esforços para que a recomendação das vacinas que possam contribuir para a saúde e bem-estar dos portugueses e, principalmente, a promoção do seu envelhecimento saudável, continuem a ser divulgadas e aconselhadas e aqui os especialistas de Medicina Geral e Familiar têm um papel muito importante”, reforça o Dr. Nuno Jacinto.
O universo deste estudo contou com a participação de indivíduos de ambos os géneros, residentes em Portugal, com 50 anos ou mais. A amostra da população geral é composta por 614 indivíduos, sendo 337 mulheres e 277 homens, sendo proporcional à população portuguesa em termos de idade e região. A amostra da população de risco é composta por 206 indivíduos, de 6 organizações de pessoas que vivem com a doença.