Objetivos da OMS para a diabetes incluem melhorias na realização do diagnóstico, no controlo da glicemia e da pressão arterial e no acesso ao tratamento adequado.

A Federação Internacional da Diabetes (IDF) – Europa, juntamente com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), aplaude a adoção, na 75.ª Assembleia Mundial da Saúde, das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a diabetes. Em causa estão 5 objetivos, que vão desde melhorias na realização do diagnóstico ao acesso ao tratamento com insulina e à automonitorização da glicose, que já tinham sido propostos ao Ministério da Saúde português.

“Acreditamos que a adoção destes objetivos proporcionará uma direção suficientemente forte para que os países possam atuar eficazmente no combate à diabetes durante a próxima década”, refere o Dr. José Manuel Boavida, presidente da APDP e membro da Direção da IDF-Europa.

“A adoção das recomendações da OMS acontece um ano após o lançamento do Global Diabetes Compact, que procura responder à epidemia da diabetes através da redução do risco e da garantia de que todas as pessoas diagnosticadas com diabetes têm acesso a tratamento e a cuidados acessíveis e de qualidade”, explica o Dr. João Filipe Raposo, presidente da SPD, que participou na elaboração deste documento de referência.

A 75.ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou os seguintes 5 objetivos para a diabetes a serem concretizados até 2030:

  • 80% das pessoas com diabetes com diagnóstico realizado.
  • 80% das pessoas com diabetes com bom controlo da glicemia.
  • 80% das pessoas com diabetes com bom controlo da pressão arterial.
  • 60% das pessoas com diabetes e com 40 ou mais anos de idade a receberem tratamento com estatinas.
  • 100% das pessoas com diabetes tipo 1 com acesso a tratamento com insulina e à automonitorização da glicose.

“Atingir os objetivos de diagnóstico, de controlo da glicemia e da pressão arterial e acesso a tratamento com estatinas permitirá a prevenção das consequências da diabetes, ajudando assim a melhorar a qualidade de vida de grande parte das 643 milhões de pessoas que se estima terem diabetes em todo o mundo”, explica José Manuel Boavida, acrescentando: “Os esforços para alcançar o objetivo de 100% de acesso ao tratamento com insulina e à automonitorização da glicose, por exemplo, ajudarão a evitar as mortes que resultam do acesso insuficiente aos cuidados essenciais de que as pessoas com diabetes tipo 1 necessitam, nomeadamente em África”.

Para João Filipe Raposo “estes objetivos oferecem uma excelente oportunidade para melhorar a vida das pessoas que vivem atualmente com diabetes e de todas as que desenvolverão diabetes no futuro.” Se as tendências atuais se mantiverem, estima-se que em 2045 sejam mais de 780 milhões de pessoas com diabetes no mundo.

“Alcançar os objetivos definidos pela OMS permitirá ainda reduzir as despesas que a diabetes representa para os sistemas de saúde, que a IDF estima terem sido de quase 966 bilhões de dólares durante 2021. Os objetivos só podem ser alcançados se os países lhes dedicarem recursos humanos e financeiros suficientes, tanto para agir sobre a diabetes, como para monitorizar o progresso das ações”, explica Luís Gardete Correia, ex-vice-presidente da IDF Global.

Passaram-se 100 anos desde a primeira utilização da insulina, mas estas organizações consideram que a ação para mudar o curso global da diabetes está ainda muito atrasada. A APDP, a SPD e a própria IDF encontram-se disponíveis para apoiar o Governo Português na concretização dos objetivos estabelecidos pela OMS e que já foram propostos ao Ministério da Saúde.