ESTA É UMA QUESTÃO CUJA RESPOSTA NÃO CONSEGUE SER 100% SEGURA. NÃO É MEU PAPEL DIZER-VOS PARA NÃO IREM À URGÊNCIA HOSPITALAR COM O VOSSO BEBÉ! É MEU PAPEL ELUCIDAR-VOS PARA OS PRINCIPAIS SINAIS DE ALARME QUE NÃO DEVEM SER DESCURADOS E CUJA ATUAÇÃO SE DEVE BASEAR NA IDA À URGÊNCIA PEDIÁTRICA.

Artigo da responsabilidade da Enfª Andreia Amaral. Enfermeira pediátrica. Mentora do projeto SOSMAMÃ – www.sosmama.pt

Mesmo na ausência de qualquer um dos sinais de alarme, o principal cuidador do bebé pode considerar que algo não está bem e isso, por si só, pode ser suficiente para pedir ajuda.

Basta que tomemos consciência da individualidade de cada ser humano e, como tal, das particularidades que cada bebé e família terão. Por exemplo, enquanto o meu bebé pode lidar muito bem com o aumento da temperatura corporal, outros bebés podem ficar mais prostrados e despertar nos pais uma preocupação ainda maior.

É importante tomarmos consciência que ninguém conhece melhor o seu bebé do que os principais cuidadores, que habitualmente são os pais (mas também podem não ser, pois vivemos nos dias de hoje com menos tempo livre, enquanto pais, o que acaba por se refletir na necessidade do apoio dos avós em tantas famílias).

Desta forma, assumir que somente perante determinados fatores devemos levar o bebé à urgência hospitalar é, no meu ponto de vista, incorreto.

CONFIAR NO INSTINTO

Enquanto pai e mãe, temos a capacidade de perceber quando algo no nosso filho não está bem. E isso deve fazer-nos confiar também no nosso instinto. Claramente que na maioria dos casos, a ida à urgência hospitalar podia ser protelada: dados de 2019, relatados pelo perito da Organização Mundial de Saúde Nelson Olim, referem que 40% dos atendimentos nas urgências dos hospitais públicos do nosso país, no ano de 2018, foram consideradas pouco ou não urgentes.

Ainda assim, apercebendo-nos que o bebé não está no seu estado normal e não conseguindo atribuir um motivo, é perfeitamente aceitável, pelo menos, o contacto com a Saúde 24 ou a ida ao Centro de Saúde da área de residência. Gosto de explicar aos pais que o contacto com a linha 112 deve ser guardado para os casos de emergência, aqueles que comprometem a vida do bebé/criança. E que, em caso de necessidade, se ligarem à Saúde 24 é feito igualmente o seguimento para a linha 112.

Leia o artigo completo na edição de maio 2021 (nº 316)