As mulheres têm à sua disposição um número crescente de opções contracetivas num cenário de incerteza causado por informações contraditórias e desinformação generalizada. Esta realidade tem levado a um maior conflito de decisões, tornando mais difícil para a mulher fazer escolhas informadas e com confiança.

Segundo a Dra. Teresa Bombas, presidente da Sociedade Europeia de Contraceção e Saúde Reprodutiva (ESCRH), membro da Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPDC) e especialista do Serviço de Obstetrícia da Unidade Local de Saúde de Coimbra, muita da informação sobre contraceção chega através da família, amigos, redes sociais e meios de comunicação social e “enfatiza os riscos, desvalorizando os benefícios, sobretudo da contraceção hormonal”, isto apesar de os contracetivos estarem “entre os medicamentos mais estudados e utilizados por milhões de mulheres, permitindo evitar uma gravidez não planeada e a vivência de uma sexualidade segura”.

Foi para melhorar o acesso à informação que nasceu o programa ‘Making Sense of Contraception’, uma iniciativa dirigida a profissionais de saúde, desenvolvida e financiada pela Gedeon Richter Plc. em colaboração com peritos internacionais em contraceção ligados às mais importantes Sociedades Internacionais de Saúde Sexual e Reprodutiva.

Este programa educacional sobre contraceção, realizado em parceria com a ESCRH, tem como objetivo auxiliar os profissionais de saúde que desejam aperfeiçoar as suas competências e melhorar a compreensão sobre o ambiente, em constante evolução, em que são tomadas as decisões contracetivas.

Tendo como público-alvo os médicos de Medicina Geral e Familiar e Ginecologia, enfermeiros especialistas em Saúde Materna e os enfermeiros generalistas a trabalhar na área do Planeamento Familiar, o programa “representa uma mudança de atitude no aconselhamento contracetivo”, refere Teresa Bombas, tendo como grande missão “individualizar escolhas e permitir um uso de contraceção mais efetivo, assim como reduzir o risco de gravidez não planeada, de aborto e de infeções sexualmente transmissíveis”.

Apesar de, refere a especialista, “as mudanças de atitude demorarem sempre algum tempo”, considera que este programa, por poder ser realizado em poucos minutos, “é perfeitamente adaptável à realidade atual” de tempos de consulta reduzidos.

O programa propõe um processo simplificado de três etapas – ‘Planear e Ouvir’, ‘Discutir e Recomendar’, e ‘Tranquilizar e Reavaliar’ – para ajudar os profissionais a selecionarem métodos adequados numa consulta eficiente, centrada na mulher, com uma duração entre oito e 10 minutos. Cada etapa detalha ações específicas que visam construir confiança, explorar mitos e conceções erradas, e apoiar a mulher ao longo do seu processo de escolha consciente.