A pílula de emergência – ou pílula de dia seguinte – é uma forma de contraceção que tem como objetivo prevenir uma gravidez, quando ocorre uma relação sexual sem qualquer proteção contracetiva ou sem proteção contracetiva adequada.
Artigo da responsabilidade da Dra. Teresa Bombas, especialista em Ginecologia e Obstetrícia; Presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção
Uma relação sexual sem proteção contracetiva significa que o método de contraceção de uso regular não foi usado: não usou preservativo, coito interrompido, falhou as contas no método do calendário. Uma relação não protegida corretamente significa um acidente ou erro com o uso do método de contraceção regular: rotura de preservativo; colocação tardia do preservativo, havendo contacto do pénis sem proteção com a vagina mesmo antes da ejaculação; esquecimento de toma de pílula, da colocação de selo ou anel; vómitos ou diarreia; e toma de um medicamento que possa alterar o efeito da contraceção hormonal.
Nestas circunstâncias, deve fazer sempre contraceção de emergência, independentemente da fase do ciclo em que a mulher se encontra. Teoricamente, a ovulação ocorre a meio do ciclo (14º dia), mas mesmo nas mulheres com ciclos regulares pode ser variável, pelo que se recomenda sempre o uso de contraceção de emergência, se ocorreu uma relação não protegida ou não corretamente protegida, mesmo não sendo exatamente na fase considerada da ovulação (considerando o benefício de poder evitar uma gravidez não desejada e o recurso ao aborto).
PÍLULAS MUITO SEGURAS
Estão comercializadas como pílulas de emergência dois tipos de pílulas, que diferem entre si na composição e na eficácia. A mais antiga do mercado é a pílula com levonorgestrel e a mais recente e mais eficaz é a pílula com acetato de ulipristal. Podem ser utilizadas por todas as mulheres, independentemente da idade e do estado de saúde (em caso de dúvida, consulte o seu médico). São ambas muito seguras e após a sua toma a fertilidade da mulher retoma, não sofrendo qualquer alteração.
Sendo assim, a ideia de que a toma da pílula de emergência é “uma bomba hormonal”, sendo prejudicial ao organismo, está completamente errada. São ambas de venda livre, o que significa que não precisam de receita e sempre que for necessário pode dirigir-se diretamente a farmácia para as comprar.
Estas pílulas atuam de igual forma, bloqueando a ovulação. Quer isto dizer que os espermatozoides, que estão a aguardar na trompa de Falópio, não vão encontrar o óvulo para fecundar. Tudo isto acontece antes da fecundação e da nidação do óvulo fecundado no endométrio. Caso já esteja grávida, a pílula de emergência não interrompe a gravidez nem afeta o embrião. Pela explicação anterior, pode entender-se que a ideia de que a pílula de emergência pode ser abortiva não é correta.
Leia o artigo completo na edição de setembro 2016 (nº 264)
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