Dezanove de março é dia de homenagear aquele ser que em parte é responsável por hoje estarmos aqui. Eu a escrever e vocês a ler. Tal como as mães são extremamente importantes desde o nascimento, os pais também têm a mesma importância desde o primeiro dia e têm um peso equivalente ao da mãe no desenvolvimento da criança.

Artigo da responsabilidade da Dra. Marisa Marques. Psicóloga Clínica e da Saúde.

 

Sempre se ouviu falar da vinculação mãe-bebé nos primeiros tempos de vida do bebé, como sendo um dos fatores mais importantes, mas na realidade a figura paternal é tão relevante como a da mãe no desenvolvimento das crianças. A figura paterna continua a ser vista como uma figura de vinculação secundária, algo que é importante desmistificar.

Ser pai nos primeiros meses de vida do bebé, pode por vezes não ser tão fácil como parece, pois, naturalmente, o recém nascido está mais “próximo” da mãe.

É natural que, durante os primeiros meses do bebé em casa, o pai por vezes possa sentir-se excluído e considerar que o bebé apenas “mama e dorme”, o que faz com que se pense que nos primeiros meses o bebé seja exclusivo da mãe. Mas não…. A realidade é que este período não necessita de ser visto desta forma e nesse sentido precisamos que as mães alterem, por vezes, um pouco a sua postura e dê liberdade ao pai para que este seja integrado nas pequenas rotinas do bebe. Ou seja, é extremamente importante que as mães permitam e apoiem os pais a cuidarem dos filhos desde o nascimento, até porque o bebé ao ser exposto a diferentes formas de cuidar, será imprescindível no desenvolvimento do mesmo nos primeiros anos.

“O bebé precisa apreender quem é o pai e quem é a mãe”

A tarefa de amamentação que é algo único e exclusivo da mãe, não podendo ser partilhada, poderá o pai ficar incumbido de pequenas tarefas que podem ser momentos de pai-bebé, sejam elas, o banho, trocar as fraldas ou as roupinhas, o adormecer e a massagem nos momentos de desconforto e aborrecimento do bebé recém-nascido. Contudo mesmo ao longo da amamentação o pai poderá estar presente acompanhando e incentivando a companheira no processo em si e apoiar no pós-amamentação. No entanto, existem algumas estratégias fundamentais para melhorar a relação pai-bebé:

  • Colaborar nas tarefas é importante. Não só nas tarefas “logísticas” que todos os pais devem fazer, como mudar fraldas, dar banho, e todas as que sejam necessárias para o bem-estar do bebé, mas também aquelas “tarefas” que permitem e desenvolvam a interação bebé-pai e vice-versa e que só com carinho, tempo e paciência se manifestam.
  • Comunicar com o bebé é essencial. O vínculo será tanto mais forte quanto mais contactos positivos existirem. Por isso, conversar com o seu bebé sobre o dia de trabalho, os desafios pessoais e quem sabe dos seus medos. Sabe que os bebés são bons conselheiros?
  • Tire sempre tempo para interagir e “brincar” com ele. Se não puder ser uma hora, sejam uns minutos por dia.

Lembre-se que o pai deve assumir o papel de cuidador. Mas o cuidar não significa única e exclusivamente tratar. Cuidar é também estar atento às necessidades afetivas e de conforto, para que o bebé se sinta seguro e acolhido na família que o recebeu.