Uma fratura a cada 3 segundos é causada pela osteoporose. Contudo, existem várias estratégias para ajudar a impedir que esta doença quebre a rotina de uma pessoa.

 

Artigo da responsabilidade da Profª Helena Canhão, Presidente-eleita da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

 

A osteoporose é uma doença que afeta o esqueleto, tornando os ossos mais finos e fáceis de fraturar. Em Portugal, está na origem de cerca de 40 mil fraturas por ano, as quais têm um impacto negativo importante na morbilidade e na qualidade de vida dos doentes e que pode ter como consequência a redução da sua sobrevivência.

OS NÚMEROS DA DOENÇA

Um estudo português, EpiReumaPt, publicado em 2016, estimou que a prevalência da osteoporose na população adulta em Portugal era de cerca de 10%, sendo mais frequente nas mulheres do que nos homens. Numa outra análise recentemente publicada, em 2018, sobre dados da população portuguesa, estimou-se uma prevalência de osteoporose de 50% na população feminina com mais de 65 anos, sendo que a prevalência de fraturas de fragilidade neste escalão etário foi de 21%. Além destes dados, mencione-se que cerca de 40 a 50% dos doentes com mais de 70 anos vão necessitar de assistência e de apoio social, o que implica um investimento socioeconómico relevante.

A osteoporose pode existir durante vários anos até que surjam os primeiros sintomas e é preciso, essencialmente, prestar atenção a fraturas resultantes – ou não – de quedas pouco aparatosas, perda de altura superior a 2,5 centímetros, curvatura das costas com aparecimento de corcunda e ombros descaídos para a frente e uma dor nas costas intensa, súbita, sem motivo, que se prolonga.

FRATURAS POR FRAGILIDADE

É importante perceber que, apesar dos fatores de risco, uma fratura de fragilidade está associada à fragilidade do osso que decorre após um traumatismo mínimo como, por exemplo, uma queda na rua. Ou seja, se tivermos um acidente de mota, viação ou num desporto mais intenso e partirmos um osso, não é porque o osso está fraco, mas porque o impacto que aconteceu fez com que aquela energia fosse superior à resistência dos ossos em qualquer pessoa.

Com as fraturas por fragilidade, não falamos meramente deste tipo de fraturas, mas sim de fraturas decorrentes em pequenas atividades no nosso dia a dia, que fazem parte da nossa rotina e que ocorrem em ossos grandes, como os do braço, do punho, da perna, da coxa, da anca, e da coluna vertebral.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)