Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje. Apesar de serem grandes mudanças, ainda é preciso lutar muito para conquistar os mesmos privilégios que os homens.

Artigo da responsabilidade da Dra. Francisca Delerue. Assistente Hospitalar Graduada de Medicina Interna. Diretora do Serviço de Medicina Interna do H. Garcia de Orta. Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

 

A Mulher como ser humano. Mulher mãe, criadora de vida. A Mulher e a profissão.

Por vários séculos, a mulher viveu numa cultura patriarcal, onde o seu papel na sociedade era voltado unicamente para a família. A mulher era responsável por todo o serviço doméstico e educação dos filhos.

A revolução industrial modificou, radicalmente, o trabalho não só para os homens, mas para toda a família. Houve a redução do salário dos homens, e crescente necessidade de mão de obra nas fábricas. Desta forma, o homem não conseguia manter uma remuneração adequada e, assim, todos os integrantes da família tiveram que sair para trabalhar.

Ao longo dos séculos, a mulher tem vindo a evoluir na sua estrutura enquanto ser humano, mãe e trabalhadora.

Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje. Apesar de serem grandes mudanças, ainda é preciso lutar muito para conquistar os mesmos privilégios que os homens.

É inegável que mulheres líderes têm habilidade e competências que favorecem o seu alto desempenho em cargos de poder. Apesar de características como objetividade, independência e ambição serem atribuídas ao universo masculino, aos poucos, as mulheres provam que também podem ocupar posições estratégicas e de liderança. Isto porque têm, principalmente, a capacidade de adaptabilidade e resiliência.

A guerra criou um legado duradouro para as mulheres, marcado por novos direitos políticos em muitos países e marcado também por uma ansiedade generalizada e duradoura sobre o crescente poder feminino.

“Boris Johnson tinha razão quando disse que não haveria guerra se Putin fosse mulher?”. Irene Fellin disse que nunca se saberia o que poderia acontecer, porque não temos mulheres suficientes no poder. Mas acrescenta “O ponto é que as mulheres são mais pacíficas e que com mais mulheres no poder teríamos menos guerra”.

O Dia Internacional da Mulher, instituído em 1975, é hoje comemorado em mais de 100 países, como um dia que celebra o papel e contributo da mulher na sociedade, as suas conquistas e ainda a necessária luta pelos seus direitos, onde continuam a ser discutidos temas como a igualdade de tratamento entre mulheres e homens, e a igualdade de oportunidades e de condições perante o trabalho.

Contudo, é preciso lembrar que, no resto do mundo, o modelo patriarcal e social ainda é uma norma bem ancorada, privando a mulher de acesso aos estudos, ao trabalho e, dessa maneira, à emancipação.