Cada vez é mais claro que a saúde começa na despensa. São muitos os alimentos que se fixaram no ranking da nutrição saudável, a maioria deles com todo o mérito. No entanto, outros com a fama de benéficos acabam por não estar à altura daquilo que se espera de um alimento verdadeiramente saudável.

 

Produtos light – São sempre preferíveis?

Embora o aporte calórico das bebidas “light” seja supostamente nulo, isto não significa que não contenham outras substâncias que podem ser tão prejudiciais para o organismo como o excesso de açúcar.

Os açúcares podem estar ocultos onde menos se espera. De facto, há mais de 100 substâncias que servem para adoçar e que podem ser denominadas como açúcares.

Uma das melhores formas de os descobrir é olhar com atenção para as etiquetas, inclusive daqueles alimentos que, em princípio, não são doces. Um exemplo: o ketchup tem cerca de 8% mais açúcar que os gelados.

É muito importante não aceitar pacificamente os rótulos de “light” ou “ligeiro” e ter em conta a composição efetiva dos alimentos, pois podem também fornecer gorduras, hidratos de carbono e outros componentes pouco saudáveis.

Alimentos funcionais – Fundamentais a uma dieta equilibrada?

Está demonstrado que os alimentos funcionais – enriquecidos em cálcio, fibras, ómega 3, fitoesterois, probióticos, etc. – fornecem benefícios concretos ao organismo enquanto são consumidos e são eficazes para prevenir determinadas patologias e problemas de saúde.

No entanto, o consumo deste tipo de alimentos deve ser sempre enquadrado numa dieta equilibrada. Trata-se de mais um recurso, de um veículo para atingir as doses recomendadas de determinados nutrientes, mas nunca podem substituir os benefícios de uma dieta saudável e equilibrada.

Neste sentido, os alimentos funcionais são eficazes no âmbito de uma dieta global, mas não curam patologias por si mesmos. Da mesma forma, não devemos esquecer que os efeitos benéficos dos alimentos funcionais residem nos nutrientes que os enriquecem. Muitas substâncias consideradas funcionais encontram-se presentes nos alimentos naturais e não processados. É o caso, por exemplo, do licopeno, cuja principal fonte é o tomate.

Iogurtes – São todos iguais?

Especialistas de uma conhecida marca de iogurtes analisaram todos os efeitos benéficos que o iogurte proporciona ao organismo e resumiram-nos em sete pontos: ajuda a fortalecer os ossos e os dentes, equilibra a flora intestinal, favorece a digestão da lactose, estimula o crescimento, assegura a correta formação dos músculos, facilita a perda de peso e produz uma sensação de prazer a nível sensorial.

O sabor e consistência do iogurte podem variar de acordo com a qualidade e o tipo de leite que se utiliza na sua produção. Igualmente, pode fermentar-se a partir do leite desnatado, para reduzir o aporte de gorduras; ou enriquecer o iogurte com frutas, cereais ou outros fermentos, para aumentar o seu valor nutricional e contribuir para o equilíbrio da flora intestinal.

No entanto, é importante ter atenção à composição que consta no rótulo e lê-lo atentamente, para detetar se efetivamente contém fruta ou apenas substâncias artificiais.

Sumo de laranja engarrafado – Igual ao natural?

Poucos alimentos do pequeno-almoço são tão saudáveis como um bom sumo de laranja. Mas, claro, falamos de um sumo natural, pois a maioria dos sumos engarrafados são, na realidade, néctar de laranja, que apenas incluem 50% da fruta, para além de água, açúcares, xarope de glicose e ácido ascórbico. Mais artificiais, no entanto, são as bebidas com sabor a laranja, cuja composição é, mais ou menos, a seguinte: cerca de 6% de fruta, água, açúcar e outros ingredientes.

Se recorrer aos sumos já preparados, deve escolher os mais naturais, embora seja necessário não esquecer que muitos deles costumam levar açúcares. Por outras palavras, a única garantia de consumir um sumo de laranja 100% natural passa por espremê-lo e tomá-lo imediatamente, para que não haja perda de vitaminas.

Os sumos naturais são a melhor forma de aceder aos benefícios da fruta, sobretudo para aquelas pessoas que não gostam a ingerir inteira. De qualquer forma, para assegurar a melhor ingestão de todos os nutrientes, o melhor seria consumir duas peças de fruta inteira por dia.

Barras de muesli – Saúde em pequenas doses?

Outra opção que se associa aos pequenos-almoços saudáveis é as célebres barras de muesli. Na sua composição, incluem-se flocos de cereais (aveia, cevada, trigo), frutos secos, passas, fruta fresca, chocolate, etc.

No entanto, alguns especialistas alertam que a maioria dos mueslis que se comercializam têm excesso de açúcar, gorduras e calorias, as quais, se bem que não ponham em causa as suas propriedades nutricionais, podem implicar um fornecimento energético excessivo.

Quando se trata de manter a linha, o melhor é fabricar o seu próprio muesli, misturando diferentes cereais. Uma opção estupenda são as versões integrais dos mesmos, especialmente recomendados quando existem problemas de obstipação.