Embora não sejam exclusivas do tempo frio, a maioria das doenças pulmonares tende a surgir ou a agravar-se a temperaturas menores. Na pneumonia, na gripe, na covid-19, na DPOC, no vírus sincicial respiratório, na asma, entre tantas outras, evitar, prevenir e reforçar o sistema imunitário são as palavras de ordem.

Artigo da responsabilidade do Prof. José Alves. Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

 

A par do agravamento das doenças pulmonares, com a chegada do frio, chega também a sobrecarga dos serviços e dos equipamentos de Saúde. Mais do que tratar estas doenças, devemos atuar de forma preventiva para evitar esta sobrecarga e garantir ajuda a quem realmente necessita.

Algumas das patologias mencionadas podem ser prevenidas diretamente, via vacinação. Outras, de forma indireta, através do reforço do sistema imunitário, da adoção de hábitos de vida saudáveis e de comportamentos de prevenção.

Evitando doenças como a gripe, a pneumonia, a covid-19 ou o vírus sincicial respiratório (VSR), e controlando patologias como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), para além da nossa saúde individual, estamos a cuidar da saúde pública, evitando mortes e internamentos desnecessários.

MEDIDAS GERAIS DE PREVENÇÃO

Nunca é demais lembrar que a vacinação é considerada o maior avanço da medicina moderna e uma das formas mais seguras, mais eficazes e menos dispendiosas de prevenir doenças infeciosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, evita quatro mortes por minuto, o equivalente a 5760 mortes por dia, em todo o mundo.

A maioria dos casos graves de gripe, de pneumonia e de covid-19 podem ser evitados. Para além da vacinação antipneumocócica, da vacinação antigripal e da vacinação contra a covid-19, as medidas preventivas incluem o uso de máscara sempre que recomendado, o controlo de doenças associadas e o abandono de hábitos nocivos, como o tabagismo ou o alcoolismo. Aconselham-se, também, práticas saudáveis, como o exercício físico, uma alimentação equilibrada e a ingestão de líquidos, sem descurar a lavagem regular das mãos.

Para além de interferir diretamente na propagação das três patologias acima referidas, a vacinação contribui, também, para a prevenção de outras doenças respiratórias. Quanto mais robusto for o nosso sistema imunitário, menor a probabilidade de ser infetado com vírus e bactérias que poderão despoletar outros tipos de patologias para as quais ainda não há forma de prevenção.

DOENÇAS PULMONARES: COMO DISTINGUIR?

O recurso em tempo útil a cuidados médicos pode fazer a diferença entre a vida e a morte. No caso das doenças pulmonares, como em tantos outros, há que estar atento aos sinais. Comecemos pela gripe, pela covid-19 e pela pneumonia. São muitos os sintomas comuns entre estas três doenças, e mesmo estes podem estar presentes em outros quadros clínicos.

Em alguns casos, a covid-19 é assintomática, mas sabemos que a maioria das pessoas desenvolve febre e tosse seca, que se faz acompanhar frequentemente por sintomas como falta de ar ou dificuldade respiratória, dor de garganta, diarreia, fadiga, arrepios, mialgias ou dores musculares, perda de paladar ou de olfato.

Também os quadros de gripe e a pneumonia apresentam semelhanças – entre os sintomas mais comuns de uma pneumonia encontramos tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo.

Estes sintomas podem surgir como complicação de outras doenças e, por isso, devemos estar atentos a quadros de gripe que não apresentem melhorias.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2023 (nº 343)