Para fazer face às temperaturas rigorosas, especialistas prepararam um conjunto de recomendações para ajudar os portugueses a diminuir a humidade no seu lar.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os níveis de humidade no ar têm rondado os 90 a 100%, valores que, apesar de “anormais”, são explicáveis. A chuva recorrente e a temperatura demasiado elevada para a época são os principais culpados das manchas de bolor que se espalham por tetos e paredes, pela roupa que teima em não secar e pelas gotas de água que escorrem pelo interior das janelas.
Ao observar os números registados pelo IPMA – em dezembro de 2022, a precipitação foi de 250,4 mililitros, 174% do valor normal – é possível entender que se trata do segundo valor mais alto desde há 22 anos – em 2000, a precipitação foi de 311,5 mililitros. E 70% da precipitação de 2022 ocorreu nos últimos quatro meses. Por outro lado, o mês de dezembro foi o mês mais quente em 92 anos. Ou seja, a quantidade de vapor de água na atmosfera foi acima do normal.
Por outras palavras, decorrente da grande quantidade de vapor de água no exterior (devido às chuvas e ao calor fora de época), bem como do facto de, no inverno, o interior das casas ser mais quente do que o exterior e também devido à temperatura superficial das paredes e tetos com contacto com o exterior (em particular quando não possuem isolamento térmico) serem baixas, resulta o fenómeno da condensação. Este fenómeno resulta do encontro entre o ar mais quente e húmido com uma superfície fria. Estão, dessa forma, criadas condições propícias à formação de manchas nas superfícies, tais como, por exemplo, manchas de bolor.
“É essencial diagnosticar a origem das manchas para encontrar uma solução definitiva para o problema da humidade. Temos de consciencializar a população que a humidade não é um mero capricho do inverno e, infelizmente, tem sempre uma causa associada, seja ela de maior ou menor dimensão”, afirma Pedro Mota Ribeiro, diretor geral da Ageas Repara.
A humidade pode ter início na condensação (causa natural, provocada pela humidade existente no interior do imóvel) e em infiltrações (associadas a desgaste de material ou erros de execução das habitações).
Viver em casas com deficiente impermeabilização e mau isolamento térmico é prejudicial para a saúde, aumentando a probabilidade de contrair ou agravar doenças respiratórias, por isso, tanto o Grupo Ageas Portugal como a sua marca Ageas Repara, estão sensíveis ao tema e propõem alguns conselhos úteis para ser possível estar confortável em casa:
Conselhos práticos
- Abrir as janelas, diariamente, pelo menos durante meia hora, especialmente nos horários de maior exposição solar por forma a não comprometer o aquecimento;
- Avaliar as melhorias necessárias em casa, por exemplo, requerendo um certificado energético – que irá identificar as obras que deve fazer (por exemplo, a substituição da caixilharia das janelas, revestimentos de tetos e paredes);
- Ligar o exaustor enquanto cozinha;
- Evitar estender a roupa dentro de casa ou, em caso de necessidade, realizar a tarefa numa área arejada;
- Puxar a roupa da cama para trás, para respirar antes de voltar a fazê-la, minimizando assim o aparecimento de ácaros e bactérias;
- Optar pelo uso de um desumidificador, se assim se justificar;
- Aplicar verniz em superfícies de madeira crua, para a impermeabilizar e evitar a criação de bolor;
- Procurar, se possível com a ajuda de um perito, fissuras e possíveis fugas na canalização;
- Limpar o bolor, se já existir, com produtos de limpeza específicos, ou com água com lixivia;
- Se se verificar que o problema tem origem em partes comuns do edifício, poderá ter de contactar o condomínio.