O cabelo tem uma enorme importância psicossocial ao nível da autoestima, principalmente para a mulher. Perdê-lo constitui um estigma com profundos efeitos psicológicos.

 

O cabelo pode sinalizar formas de encarar a vida e alterações no comportamento pessoal. Assim, cortá-lo, penteá-lo ou pintá-lo são modos de cada um marcar a sua individualidade. Contribuindo para uma imagem clássica ou radical, o cabelo está repleto de significados associados a conceitos de ousadia, juventude, liberdade, sedução ou poder. Por isso, não é de estranhar que, para muitas pessoas, principalmente do sexo feminino, perder cabelo constitui um desfiguramento grave.

ARMA DE SEDUÇÃO

Nas mulheres, o cabelo aparece como uma das “armas” de sedução. A noção de provocação sensual ligada à cabeleira feminina na tradição cristã surge com o costume de usar véu sobre os cabelos antes de se entrar na igreja.

Na cultura ocidental, a história das mulheres passou pela história dos corpos, onde a perfeição física, na trilogia juventude, beleza e saúde, trouxe consequências psicológicas.

Feminilidade, sexualidade, atracção e personalidade estão simbolicamente relacionadas com o cabelo. Por esta razão, a sua perda afecta a autoestima e a imagem do corpo. O autoconceito das mulheres diminui depois da perda de cabelo.

SOFRIMENTO PSÍQUICO

No contexto social, a perda de cabelo mostra o diferente, o não belo, a pessoa inquestionavelmente adoecida, reforçando o sentimento de compaixão, pois está culturalmente determinado que o género feminino exiba cabelos longos e bonitos.

Com efeito, a alopecia é uma alteração corporal que, para além de afectar o relacionamento com outros, torna os próprios alvos de curiosidade e comentários desagradáveis.

As mudanças corporais impactam a autoimagem feminina e potenciam um sofrimento psíquico de acordo com o olhar de cada sociedade sobre a mulher. Especialmente nas mulheres, existe uma ligação importante entre o cabelo e a identidade: cerca de 40% de mulheres com alopecia decorrente de quimioterapia referem ter tido problemas conjugais e cerca de 63% problemas no trabalho.

Leia o artigo completo na edição de abril 2016 (nº 260)