A propósito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala hoje, importa recordar os avanços de uma das doenças que mais aflige o sexo feminino: o cancro da mama. Com efeito, o diagnóstico precoce do cancro da mama, aliado a um tratamento eficaz, está a revelar um aumento da taxa de sobrevivência à doença. Joaquim Abreu de Sousa, cirurgião do Hospital Lusíadas Porto, revela a importância do rastreio, a partir dos 45 anos.
De acordo com o médico, “é fundamental quebrar mitos, falar abertamente sobre a doença, não alarmar demasiado as mulheres, mas, ao mesmo tempo, não esconder os riscos que verdadeiramente correm. É fundamental aumentar os rastreios de cancro de mama entre a população portuguesa, pois só desta forma conseguiremos continuar a aumentar a taxa de sobrevivência à doença”.
“Relembro que as mulheres não devem aguardar pelos sintomas para realizar o rastreio, pois é precisamente quando não são detetados nódulos nem existe qualquer suspeita que o mesmo deve ser feito. A partir dos 45 anos, as mulheres devem realizar ecografias mamárias e mamografias regulares de dois em dois anos”, explica.
O cirurgião acrescenta ainda que “nos casos em que há histórico familiar de cancro de mama na família, esta vigilância deve ser iniciada mais cedo. Costumamos aconselhar que o rastreio seja feito 10 anos antes da idade que o familiar tinha quando lhe foi diagnosticada a doença”.
“Todos os anos estão a surgir cinco mil novos casos de cancro de mama em Portugal e a esperança de vida das mulheres não será indiferente a este fenómeno, uma vez que esta é uma doença degenerativa associada ao envelhecimento. Ainda assim, é também visível um aumento do número de casos de cancro de mama detetados em mulheres com idade inferior a 40 anos. Ainda assim há cada vez mais mulheres a sobreviver ao cancro da mama, muito devido à eficácia dos rastreios e aos diagnósticos mais precoces da doença”, conclui.