As vitaminas são compostos orgânicos absolutamente necessários para o normal funcionamento do metabolismo corporal. No entanto, o organismo humano não tem a capacidade de produzir tais substâncias, pelo que têm de ser adquiridas através da alimentação ou de suplementos específicos.

 

As vitaminas dividem-se em dois grupos: as lipossolúveis e as hidrossolúveis, ou seja, solúveis em gordura e solúveis em água. As lipossolúveis integram as vitaminas dos grupos A, D, E e K. Por sua vez, entre as vitaminas hidrossolúveis, encontram-se a tiamina (vitamina B1); riboflavina (vitamina B2); piridoxina (vitamina B6); vitamina PP; vitamina B12; ácido fólico; ácido pantoténico; biotina; vitamina C; e vitamina F.

O tempo que as vitaminas permanecem armazenadas nas células é variável. Assim, a vitamina A tem uma autonomia de 2 anos; a vitamina B12 de 1 ano; a vitamina D de 3 a 5 meses; a vitamina C de algumas semanas; e as vitaminas B e K mantêm as suas propriedades apenas durante alguns dias.

As necessidades diárias de vitaminas são calculadas em função de fatores como o volume corporal, a idade, o exercício físico, manifestações de doença ou febre e, na mulher, a gravidez e o aleitamento.

Vitaminas lipossolúveis

vitamina A – É essencial para o metabolismo proteico da pele, das mucosas e para a formação da rodopsina (pigmento retiniano). A carência desta vitamina conduz à descamação da pele e, por vezes, a acne, cegueira noturna, dificuldade de adaptação à luz crepuscular, queratinização da córnea e, inclusive, cegueira.

Em casos de hipervitaminose, verificam-se cefaleias intensas, anorexia (falta de apetite), queda do cabelo, prurido (comichão), diplopia (visão dupla), edema da pupila e manifestações osteoarticulares dolorosas.

vitamina D – Intervém na regulação do metabolismo do cálcio, do fosfato e do citrato; regula a incorporação de cálcio na matriz óssea proteica; e favorece a absorção intestinal e a reabsorção renal do cálcio.

A falta de vitamina D pode provocar raquitismo. A hipervitaminose em grávidas e crianças pode provocar cefaleias, anorexia, cansaço, psicose e convulsões.

vitamina E – Colabora no metabolismo dos ácidos gordos insaturados. Tem uma elevada potência antioxidante, utilizada como função protetora em relação a outras vitaminas. A hipervitaminose não é conhecida.

vitamina K – Tem como representante típico do grupo a fitomenadiona (vitamina K1). Esta vitamina é fundamental para a síntese de vários fatores da coagulação. Os sintomas da hipervitaminose K são alterações da hemóstase, com tendência para hemorragias.

Vitaminas hidrossolúveis

vitamina B1 (TIAMINA) – Funciona como coenzima para, pelo menos, 24 enzimas. Tem um papel regulador na função dos nervos periféricos e na transmissão neuromuscular.

A avitaminose B1 pode provocar a doença beribéri, clássica em pessoas nos países asiáticos, que se alimentam de arroz descascado. Os sintomas são paralisia, parestesias, perturbações psíquicas e cardiomiopatia. Os alcoólicos, devido a dieta insuficiente ou a má absorção intestinal, podem contrair a encefalopatia de Wernicke (também chamada beribéri cerebral). A hipervitaminose não se conhece, exceto na injeção intravenosa.

vitamina B2 (RIBOFLAVINA) – Mistura-se, normalmente, nos tecidos com o ácido fosfórico, para formar dois tipos de coenzimas: o mononucleótico de flavina e o dinucleótico de flavina e adenina. Estas duas substâncias operam como portadoras de iões de hidrogénio, em vários sistemas oxidativos do organismo humano.

Os sintomas carenciais de vitamina B2 são transtornos digestivos, sensação de queimadura na pele e nos olhos, fissuras nos ângulos da boca, cefaleias, perda de memória e depressão.

vitamina B6 (PIROXINA) – Na forma de fosfato de piridoxal, funciona como coenzima de diferentes reações químicas relacionadas com o metabolismo de aminoácidos e proteínas. Por isso, tem um papel plástico importante no metabolismo proteico.

A carência de vitamina B6 pode provocar uma deficiência rara e, quando é sintomática, provoca dermatite, perturbações gastrointestinais, convulsões e, nas crianças, provoca náuseas e vómitos.

vitamina B12 e ácido fólico – São substâncias muito importantes para a formação do sangue na medula óssea. A carência destas substâncias conduz, inevitavelmente, a uma anemia.

vitamina C (ÁCIDO ASCÓRBICO) – Desempenha importantes papéis na formação do colagénio, na síntese de noradrenalina, na formação corticosteroides, na absorção intestinal do ião ferroso e na integridade da resposta imunitária celular.

A carência de vitamina C pode provocar escorbuto, doença terrível que atingia os marinheiros na época dos Descobrimentos. Caracteriza-se por petéquias, hemorragias, gengivite, fraturas espontâneas e queda de dentes.

Leia o artigo completo na edição de dezembro 2021 (nº 322)