A evolução tecnológica tem sido uma realidade nas últimas duas décadas. Na Saúde, a Medicina Dentária é uma das áreas exemplo deste desenvolvimento. O Instituto de Implantologia(r) tem acompanhado esta mudança ao longo dos seus 23 anos de existência. Um caminho feito pela diferenciação do seu corpo clínico e pela adoção de equipamentos de última geração que têm permitido otimizar o conforto e a singularidade dos tratamentos prestados.

 

A Medicina Dentária constitui um bom modelo da emergência da Era Digital na Saúde. Um dos primeiros exemplos observou-se ao nível da aquisição de imagem para diagnóstico e planeamento. Atualmente, é possível reproduzir com elevada definição os ossos da face com baixa radiação por comparação com os exames convencionais (ex. tomografia axial computorizada – TAC). Esta informação veio constituir uma enorme mais-valia, em particular, na reabilitação oral com implantes de pacientes desdentados.

Paralelamente e por forma a melhorar a comunicação com o paciente, surgiram softwares de “smile design” ou de simulação do sorriso, capazes de conferir virtualmente um grau de identidade próximo dos dentes em falta. Antever o resultado final da reabilitação aproximou a Implantologia dos pacientes! Este “boom” tecnológico foi também caracterizado pelo aparecimento dos scanners intraorais de alta resolução, aparelhos que permitem obter com elevado grau de realismo a imagem da arcada dentária, dispensando a realização dos habituais moldes. Ao invés e sem desconforto para o paciente, o registo por scanner intra-oral dura pouco mais de um minuto e necessita apenas da sua moderada abertura bucal.

Por meio de técnicas designadas por CAD – Computer Aided Design tornou-se, assim, possível conceber o desenho dos dentes a colocar. No plano da intervenção cirúrgica, a interseção da imagem radiográfica previamente referida com a do desenho da reabilitação validada pelo paciente permite a elaboração de uma ferramenta designada por guia cirúrgica.

Obtida na maioria das vezes por uma impressora 3D, assiste o médico dentista na colocação do(s) implante(s) de forma atraumática, rápida e precisa. Hoje, a sua aplicabilidade é extensível a uma grande maioria dos casos clínicos, inclusive a pacientes desdentados totais.

Virtual e real parecem fundir-se para criar as condições ideais de planeamento e trabalho do médico dentista aumentando a previsibilidade da reabilitação oral. O presente e o futuro da Era Digital na Medicina Dentária definem-se pela sua constante evolução e generalização a outras áreas como a Ortodontia (ex: alinhamento dentário invisível) e a Prostodontia.

Se este breve retrato faz emergir todo o potencial da tecnologia digital, deve salientar-se que a sua aplicação apenas fará sentido e terá êxito se o fluxo de trabalho gerado tiver subjacente o conhecimento, a experiência e a ponderação clínica do médico dentista. Por detrás do equipamento tecnológico emerge a figura do médico a planear as diferentes partes do tratamento. Agir com ferramentas digitais exige um pensamento clínico conhecedor dos tecidos que compõem a cavidade oral, fundamentais para a saúde geral do indivíduo.

Representação digital (em formato Standard Tesselation Language, STL) de impressão de arcada dentária em fase de reabilitação com coroas sobre implante e dente.