A pele é o maior órgão do corpo. É, também, aquele que mais está exposto aos perigos, principalmente quando chega o verão. Para que abrace o sol de forma saudável, vamos apresentar-lhe o caminho correto para otimizar a sua exposição ao astro-rei.

O sol proporciona benefícios inquestionáveis para o organismo. Mas, como em tudo na vida, o que é demais faz mal. Distância e zelo devem reger o nosso contacto com o astro-rei. E se assim o fizer, o seu verão será muito mais equilibrado, saudável e sem consequências futuras.

Efeitos opostos

Tal como as plantas necessitam do sol para realizar a fotossíntese, também nós precisamos dele para ativar e estimular pontos-chave do nosso organismo. Por alguma razão sentimo-nos mais felizes quando acaba o inverno.

Psicologicamente, o sol produz um efeito positivo sobre a nossa mente e uma grata sensação de bem-estar, graças à secreção de serotonina, um neurotransmissor que influencia estados de humor, ansiedade, sono ou dor. O trabalho realiza-se de forma mais célere e o ócio tem outro sabor. A pele adquire outra tonalidade e a nossa imagem ao espelho ganha outros contornos, mais agradáveis, até porque o sol tem um efeito tonificante sobre os músculos.

Em termos de saúde física, é o sol que nos fornece a vitamina D, a qual permite uma melhor absorção e fixação do cálcio. Estimula a imunidade, pois aumenta o número de glóbulos brancos, que são as células encarregues de defender o organismo perante as infeções. É também ele que favorece a formação de melanina, um pigmento capaz de filtrar alguns dos raios UV. No entanto, este fenómeno natural leva cerca de três dias a processar-se e quanto mais frágil e danificada estiver a pele, mais lento é o processo.

No entanto, se expusermos excessivamente a pele aos raios solares, os efeitos invertem-se. Para além das óbvias queimaduras e envelhecimento cutâneo precoce, a exposição excessiva ao sol provoca desidratação e fotossensibilidade (alergia ao sol), algo que tem aumentado nos últimos anos.

Outro problema comum recorrente da inadequada exposição solar reside nas manchas. O aparecimento de manchas solares é consequência de uma produção alterada de melanina por parte das células especializadas, os melanócitos. Por outro lado, pode ativar o herpes, o vitiligo (ausência de melanina numa região da pele) e o melanoma maligno, a situação mais grave das doenças de pele.

Medidas de prevenção

À semelhança de outros problemas de saúde, na prevenção está a chave para evitar males maiores. Antes de mais, habitue a sua pele ao sol de forma progressiva e nunca se exponha mais que uma hora na primeira semana. A partir daí, aumente de forma gradual o tempo de exposição. Depois, há que manter a pele sempre protegida com filtro solar, em creme, leite, spray ou óleo.

O fator de proteção solar – habitualmente designado pelas siglas FPS ou SPF ou, ainda IP, seguidas de um número – é o índice da capacidade protetora do filtro face aos efeitos nocivos do sol e indica quanto tempo de exposição permite, sem haver risco de queimadura. Por exemplo: está na praia ao sol durante dez minutos e não se queima. De seguida, coloca protetor fator 8. Então, se multiplicar 10 por 8, significa que pode permanecer 80 minutos ao sol, sem efeitos prejudiciais.

No entanto, este é apenas um dado orientador, pois existem outras determinantes que podem fazer variar a margem de segurança da exposição solar: a hora do dia, a capacidade de penetração cutânea, a resistência à água e ao suor e o método de aplicação.

Leia o artigo completo na edição de junho 2023 (nº 339)