O trabalho, a casa, as obrigações… a semana passou e não houve nem um segundo de tempo livre. Está na hora de carregar no travão e aprender a gerir melhor o tempo, para usufruir enquanto casal.
Todos sabemos que a convivência é algo complicado de gerir. A principal culpada é a rotina. Sem darmos conta, vão passando os meses e a primeira a sucumbir é a relação, que vai esfriando, por vezes de forma irremediável.
Prisioneiros no ritmo frenético dos afazeres do quotidiano, esquecemo-nos de algo muito importante: desfrutar do tempo livre. Não diz respeito apenas aos períodos de férias, mas também aproveitar intensamente cada pedacinho de tempo que se consiga ter, por mais pequeno que seja, mesmo que isso implique deixar para depois uma ou outra obrigação.
O segredo está na gestão
Um dos problemas mais comuns que um casal enfrenta para passar tempo de qualidade em comunhão é o encontro de agendas: parece que nunca existe o momento adequado para folgas. Seja por incompatibilidade de horários ou outra obrigação, acaba-se sempre por gastar esses espaços para o lazer em separado, ocupados com outros assuntos que não o momento a dois.
Tendo em conta as limitações de calendário, a solução mais prática passa por aprender a gerir melhor o tempo livre que se tem. Para tal, é importante que o casal planifique com antecedência as atividades que pretende realizar.
Por outro lado, essa planificação deve ser flexível, permitindo espaço para surpresas de última hora de parte a parte.
Importância da escolha
A ânsia de obter uma brecha nos afazeres do quotidiano, para relaxar e conviver com a cara-metade, pode desvirtuar a importância desse tempo livre. O essencial será mesmo gerir o calendário em função de coisas realmente relevantes e não dispersar o pensamento em objetivos desprovidos de qualquer significado a dois. É verdade que o trabalho e outras obrigações fazem parte do pacote implícito dos serviços diários, mas arranjar tempo para passar a ferro, por exemplo, não é mais importante que tomar um banho relaxante em casal, certamente.
Assim, tão fulcral como planificar bem as tarefas será saber dar prioridade ao que é verdadeiramente importante em cada momento.
O espaço que dedicamos ao trabalho, à limpeza da casa e a cuidar das crianças é tão importante quanto dedicar tempo à individualidade ou ao casal.
Além do mais, ao terem bem definida esta premissa, estarão mais relaxados para enfrentar as obrigações mais pesadas e às quais não podem mesmo escapar.
Para decidir o que é importante e o tempo a dedicar a cada uma das obrigações, o casal deve comunicar e estabelecer compromissos sobre o que é útil para cada um e a dois. Na maioria das vezes, isso implica uma negociação e cedências, igualmente a dois.
Negociar e ceder
Neste jogo das cedências, há que ter poder de encaixe e ponderar bem sobre o que podemos abdicar em prol da relação. É provável que, em mais do que uma ocasião, não apetece à mulher fazer algo proposto pelo homem ou vice-versa. É nestes momentos que se deve expor as ideias, em conjunto, e perceber quais os gostos e vontades reais de cada um. É muito positivo que ambos façam coisas um pelo outro, mesmo que não apeteça a uma ou outra parte; assim, estarão a fomentar a certeza de que funcionam como um casal, em que estão os dois em pé de igualdade. Por exemplo, pode ficar estipulado que um dos membros do casal abdique do seu tempo livre para cuidar das crianças, enquanto o outro desfruta do seu tempo livre. Este tipo de acordos repercutirá positivamente em ambos os membros do casal.
Leia o artigo completo na edição de dezembro 2021 (nº 322)