Dia 17 de novembro celebra-se o Dia Mundial da Prematuridade, uma realidade que afeta aproximadamente 15 milhões de bebés em todo o mundo, a cada ano. A diretora clínica da Power Clinic, Vera Neto, destaca os cuidados a ter nesta fase de vida de um bebé e apela a uma maior consciência sobre os desafios enfrentados por estes bebés e as suas famílias.

O nascimento de uma criança é, regra geral, um momento muito aguardado para toda a família. Pais, irmãos, avós, tios, primos, e todos os outros familiares e amigos ficam ansiosos para conhecer o bebé e poder visitar, levar presentes e pegar ao colo, dar beijinhos. Mas quando o bebé se apressa e chega mais cedo, tudo parece ficar suspenso.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) a prematuridade é a principal causa de óbito em crianças com menos de 5 anos de idade, chegando a morrer anualmente cerca de 1 milhão de bebés, devido às complicações do parto prematuro.

Muitos destes bebés nascem antes das 34 semanas de gestação, com necessidade de internamento prolongado em unidades de cuidados neonatais, onde irão receber todos os cuidados especializados que precisam para se desenvolverem, crescerem e ganharem a maturidade que precisam para poder sobreviver e ir para casa com a sua família.

Dependendo da sua idade gestacional e de complicações que possam ocorrer durante o internamento, estes bebés podem ter necessidade de cuidados mais ou menos complexos, na chegada a casa.

Tal como todos os outros bebés recém-nascidos, é preciso ter cuidados de higiene adequados à sua pele delicada, assegurar um sono seguro, dar todo o colo e aconchego que precisam e manter a vacinação em dia (com atenção especial naqueles que cumprem um esquema adaptado à sua idade corrigida).

Nestes bebés é ainda mais importante dar prioridade ao aleitamento materno, já que o leite artificial pode causar complicações intestinais que podem ser fatais para os grandes prematuros, e manter o AM o maior tempo possível.

É também fundamental implementar medidas de prevenção de infeções reforçadas, já que muitos destes bebés têm maior risco de contrair infeções graves e menos capacidade para as combater:

  • Reforçar, junto de toda a família, que as visitas nos primeiros 2 meses de vida devem ser restritas aos membros da família e amigos mais próximos;
  • Não devem visitar a família se estiverem constipados ou com sintomas que possam sugerir infecções respiratórias ou outras infecções contagiosas;
  • Evitar o contacto próximo com crianças em idade escolar (principalmente em creche e jardim de infância) que não sejam do círculo muito próximo da criança. Quando esse contacto é inevitável ou importante, então devem ter o cuidado de assegurar que a criança toma banho e troca de roupa assim que chega da escola, que evita beijar as mãos e a cara do bebé e que usa máscara caso tenha sintomas como aumento das secreções nasais ou tosse;
  • Caso o bebé apresente sintomas sugestivos de infeção respiratória ou outros sinais de alarme, devem contactar o pediatra ou a saúde 24. Se for necessário o bebé ser observado em urgência hospitalar, é importante levar sempre os documentos da alta hospitalar com o resumo de toda a informação clínica relevante até esse dia.

Em Portugal, estima-se que cerca de 8% dos nascimentos anuais sejam prematuros, ou seja, ocorram antes das 37 semanas de gestação. Esta situação representa desafios significativos tanto para os recém-nascidos, que frequentemente necessitam de cuidados médicos especializados, como para as famílias, que enfrentam uma série de incertezas e dificuldades emocionais e logísticas.

O Dia Mundial da Prematuridade é, assim, um lembrete da importância de apoiar e investir nos cuidados neonatais, garantindo que todas as crianças, independentemente das circunstâncias do seu nascimento, possam ter um futuro saudável e pleno de oportunidades.