Já muito se ouviu falar sobre a doença pulmonar obstrutiva crónica, mas pouco sobre a importância da reabilitação respiratória para estes doentes.

0-paula-simaoArtigo da responsabilidade da Dr.ª Paula Simão, Assistente Graduada Sénior de Pneumologia ULS Matosinhos

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crónicas, nomeadamente a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e as doenças cardiovasculares, têm sido a maior causa de morte da última década e serão, claramente, a principal causa de incapacidade até ao ano 2020. Estima-se que em 2020 as doenças respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais.

O aumento da esperança média de vida e os efeitos do tabagismo a nível respiratório provocaram, nos últimos anos, em Portugal, um aumento de doenças respiratórias crónicas, que são responsáveis por um grande impacto na vida dos doentes e por elevados custos com a saúde. As doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 40% da população portuguesa, sendo a mais comum a DPOC, que afeta 14,2% dos portugueses com mais de 40 anos.

QUADRO DE GRANDE INCAPACIDADE

Sabe-se que 10% a 15% dos fumadores vêm a sofrer de DPOC. Mas os ex-fumadores e qualquer pessoa exposta ao fumo do tabaco (fumadores passivos) são também potenciais doentes. Também a exposição continuada a irritantes ambientais, aliada a alguma predisposição genética, poderão levar ao surgimento da doença.

A falta de ar, a tosse, a expetoração, a fadiga com os esforços são os sintomas de alerta desta doença, que evolui limitando bastante a vida diária dos doentes, os quais, com o passar dos anos, se vêm confrontados com um quadro de grande incapacidade. A falta de ar, a tosse e o aumento de produção de secreções brônquicas vão-se tornando permanentes e diárias, à medida que a doença progride. Em casos mais graves, os doentes têm sérias dificuldades na realização das atividades do dia-a-dia, reduzindo a sua qualidade de vida.

É importante que o diagnóstico da doença seja feito atempadamente, o que se consegue pela realização de uma espirometria, um exame simples, indolor e de baixo custo. Este exame permite diagnosticar a doença e perceber o grau de gravidade em se encontra, orientando desde logo para um tratamento.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2016 (nº 266)