Assinalamos, entre 24 e 30 de abril, a Semana Europeia da Vacinação. Para a edição deste ano, a Organização Mundial da Saúde escolheu o tema “a importância das vacinas na proteção de pessoas de todas as idades e origens, contra doenças evitáveis por imunização”.

 

Artigo da responsabilidade do Prof. Dr. José Alves. Pneumologista e presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

 

Na Fundação Portuguesa do Pulmão, acreditamos na prevenção em todas as fases da vida – a vacinação deve ser uma prioridade de todos e não deve ser descurada com o passar da idade. As vacinas são eficazes, são seguras e sempre preferíveis ao imprevisível processo da cura. Continuam a ser a melhor forma de evitar doenças graves e potencialmente fatais como a pneumonia.

De acordo com os últimos dados do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em Portugal morrem, todos os dias, 36 pessoas vítima de doenças respiratórias. 16 dessas mortes têm como causa a pneumonia. Grande parte delas poderia ser evitada.

A vacinação contra esta e outras doenças deve ser uma aposta de todos, mas é particularmente importante entre os doentes crónicos e quem tem mais de 65 anos. Enquanto sociedade temos obrigação de proteger aqueles que estão mais vulneráveis. Ao vacinarmos quem está mais fragilizado, estamos a investir em saúde, a prevenir eventuais internamentos e a reduzir significativamente o número de mortes. Ao vacinarmo-nos, para além da nossa própria saúde, estamos a proteger os que nos rodeiam. Um investimento individual com um valor incalculável para o coletivo.

Presente em todas as classes sociais e idades, mesmo nos casos de sobrevivência, a pneumonia pode deixar sequelas permanentes, limitações que reduzem drasticamente a qualidade de vida. Bronquiectasias (deformação dos brônquios) e compromisso da função pulmonar são apenas dois exemplos, tal como a permanência de tosse, expetoração ou falta de ar. Podemos evitar grande parte das pneumonias e as respetivas sequelas através de imunização.

A vacina antipneumocócica está recomendada pela Direção-Geral da Saúde e já está em PNV para as crianças e para os grupos considerados de maior risco, mas a sua eficácia é um dado adquirido em todas as faixas etárias. Na idade adulta, basta uma dose – para quê arriscar?

Se não nos for possível prevenir…

… devemos saber detetá-la. Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são alguns dos sintomas mais frequentes de uma pneumonia. Podem surgir com a infeção ou na sequência e outras doenças, por exemplo, como complicação de uma gripe, sobretudo se estivermos perante um quadro que não apresenta melhorias ou que vai piorando de forma continuada.

Devemos, também, ter particular atenção aos doentes mais idosos: apresentam, muitas vezes, sintomas respiratórios escassos e a doença pode manifestar-se, apenas, através de sintomas gerais como alteração do comportamento, falta de apetite ou alguma prostração.

 

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