A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) alerta que as “Constelações Familiares” não constituem um modelo terapêutico reconhecido pela ciência psicológica. Já em 2019 a OPP tinha emitido um parecer sobre o tema onde refere não haver “informação e, muito menos, estudos científicos, que permitam compreender exatamente o que é e como funcionam estas ‘constelações familiares’, ou como se avalia a sua eficácia. Desta forma, as ‘Constelações Familiares’ não apresentam enquadramento científico, teórico ou académico, nem socioprofissional”.
“É importante que as pessoas saibam distinguir o que é ciência e o que não é. Na área da saúde mental poderá ser perigosa a utilização de ‘técnicas’, modelos ou terapias que não são validadas cientificamente e podem assim constituir uma ameaça à saúde pública. Tal como pode ser perigoso que estas sejam apresentadas à população sem esse aviso ou substituam outras práticas, essas sim, baseadas na evidência científica”, explica Francisco Miranda Rodrigues, bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
No comunicado de imprensa da OPP, pode ainda ler-se: “A Psicologia é uma ciência, logo, corresponde a um corpo sistematizado de conhecimentos objetivos e baseados na realidade empírica, obtidos através das leis e do rigor que regem o método científico. No caso de modelos ou técnicas terapêuticas ainda em fase experimental, é imperativo que exista uma referência explícita a esse facto em todos os locais e formas de divulgação do modelo/técnica terapêuticos, tornando claro a todos os possíveis destinatários que o modelo/técnica terapêuticos em causa ainda não são baseados em evidências científicas, assim como cuidados éticos redobrados na obtenção do Consentimento Informado para a sua utilização junto de pessoas, particularmente quando em situação de maior vulnerabilidade”.