Recorrer ao que a Natureza nos oferece para atenuar sintomas de dor e tratar problemas de saúde faz parte da sabedoria ancestral que os nossos avós nos passaram.
Artigo da responsabilidade da Dra. Liliana Santos. Licenciada em Psicopedagogia Clínica. Maitre-aromaterapeuta certificada em França e fundadora do Instituto Português de Aromaterapia e da Pro Aromas.
De geração em geração, a sabedoria que os nossos antepassados nos deixaram foi, ao longo do tempo, sendo aperfeiçoada e, atualmente, podemos encontrar plantas, caules, folhas em forma de medicamento (seja convencional seja complementar), como é o caso dos óleos essenciais.
ÓLEOS ESSENCIAIS: O QUE SÃO?
Óleos essenciais são misturas líquidas que contêm vários compostos químicos (ésteres, cetonas, fenoís, entre outros) e que têm inúmeros benefícios e ações terapêuticas.
Mas não é por serem produtos naturais que são inócuos. Dada a sua concentração, se mal utilizados, os óleos essenciais podem ser prejudiciais para a saúde, podendo mesmo ter contraindicações. É, por isso, que defendo que o uso de óleos essenciais de forma continuada e para patologias específicas deve ter sempre o acompanhamento de um aromaterapeuta.
Um exemplo claro dessas contraindicações é as do óleo essencial de hortelã-pimenta, um óleo essencial que não deve ser usado em grávidas, mulheres a amamentar ou pessoas com tensão arterial elevada.
HIDROLATOS: OUTRA FACE DA AROMATERAPIA
Conhecidos também como águas florais, os hidrolatos são o que resulta da extração de óleos essenciais (quando extraídos a vapor). Os hidrolatos contêm os benefícios terapêuticos dos óleos essenciais e uma pequena porção de óleo essencial da planta de onde foram obtidos. Por serem mais suaves e terem uma percentagem menor de óleo essencial, os hidrolatos são a escolha acertada para grupos de risco: grávidas, crianças menores de 3 anos ou pessoas com patologias associadas.
PLANTAS AROMÁTICAS DE PORTUGAL
Segundo a Rede Nacional para a Conservação e Utilização das Plantas Aromáticas e Medicinais, plantas aromáticas são aquelas que contêm propriedades medicinais e cujos princípios ativos, através do aroma, proporcionam, dependendo da planta, benefícios terapêuticos específicos.
Quando, em 2019, fundei o Instituto Português de Aromaterapia e me foquei no ensino da Aromaterapia para profissionais, deparei-me com uma grande lacuna no mercado em Portugal: a dificuldade em conseguir encontrar óleos essenciais que reunissem três fatores que considero imprescindíveis: origem nacional, cultivo biológico e agricultura sustentável. Para conseguir reunir estes três fatores num só produto, a procura tinha de ser exaustiva e, na maioria das vezes, tinha de recorrer a vários produtores.
Portugal, devido à sua localização geográfica e ao clima temperado possibilita o cultivo de inúmeras plantas medicinais. No entanto, devido a toda a burocracia e critérios que envolvem a produção de óleos essenciais, poucos são os produtores que conseguem cumprir os três requisitos que referi.
E foi, precisamente, para preencher essa lacuna que o Instituto Português de Aromaterapia criou uma marca que tem como missão concentrar o melhor da Aromaterapia de Portugal, com a garantia de qualidade e segurança, onde o cultivo, o processo de colheita, a produção, a análise e o embalamento são realizados em Portugal.
FARMÁCIA NATURAL PRONTA A USAR
Em pleno seculo XXI, muitos dos medicamentos convencionais que temos ao nosso dispor na farmácia têm compostos derivados das plantas. A verdade é que a maioria das pessoas não tem este conhecimento e, na hora de fazer escolhas, ainda lhes é mais fácil ir à farmácia do que pensar em alternativas.
Felizmente, este paradigma está a mudar e torna-se imperativo formar mais aromaterapeutas, para que possam prestar cuidados de saúde seguros, apostar na prevenção e tornar os hábitos quotidianos cada vez mais saudáveis. Tudo para que as idas à farmácia sejam cada vez menos recorrentes e as opções “naturais” sejam a primeira escolha.
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