O conhecimento sobre a importância do tipo de ativos na cosmética, as novas formulações e as tendências atuais da aparatologia para estética poderá contribuir para escolhas mais conscientes por parte do consumidor final, bem como dos profissionais de estética.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Anabela Silva. Formadora de Estética, com o 1º ano concluído do Doutoramento em Educação, na Especialidade de Educação e Formação de Adultos.

 

O mercado mundial da beleza está em constante crescimento. O consumidor final, por vezes, desconhece informações relacionadas com cosméticos e equipamentos e que podem ser esclarecedoras quanto às opções de aquisição e /ou utilização dos mesmos.

Neste artigo, saliento a importância do tipo de ativos na cosmética, as novas formulação e as tendências atuais da aparatologia para Estética. Essas informações poderão contribuir para escolhas mais conscientes por parte do consumidor final e dos profissionais de Estética.

ASPETOS LEGAIS

A comercialização dos cosméticos em Portugal encontra-se legislada de acordo com o decreto-lei 189/2008 de 24 de Setembro e sob tutela do Infarmed.

Neste decreto-lei, o cosmético é definido como “qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto e ou proteger ou os manter em bom estado e ou de corrigir os odores corporais”.

Apresenta ainda este decreto-lei os requisitos para a comercialização e distribuição dos produtos cosméticos dos quais evidenciamos os que se referem à sua qualidade no que respeita à proteção da saúde, os métodos de análise necessários ao controlo da sua composição, às menções obrigatórias sobre rotulagem e publicidade, colocação dos produtos no mercado, verificação da qualidade das matérias-primas e coimas a aplicar no caso de infrações.

INVESTIGAÇÃO CONTÍNUA

Desta forma, parece existir sempre a garantia de inocuidade e não toxicidade quando utilizamos um produto cosmético. No entanto, o seu grau de eficácia está muito dependente das empresas de fabrico de cosméticos que apostam na investigação contínua de novos ativos e que trabalham com uma equipa alargada de profissionais.

Contribuem para o sucesso dos resultados o trabalho de uma equipa especializada de engenheiros químicos, cosmetologistas e esteticistas que testam produtos, associando-os a técnicas manuais especializadas e na utilização de composições e concentrações não disponíveis para o consumidor final.

Importa, por isso, uma informação adequada ao consumidor sobre a explicitação do que é plausível obter como resultados, evidenciando a capacidade e a limitação do efeito dos cosméticos apenas para consumo doméstico, e a vantagem de usar produtos que oferecem a possibilidade de terem complementos com gamas para uso profissional, a aplicar por profissionais devidamente credenciadas.

MATÉRIAS-PRIMAS

As matérias-primas usadas para a formulação dos cosméticos são muito variadas.

Nas últimas décadas, assiste-se à valorização, não somente dos ativos naturais, mas também das moléculas conseguidas por nano e biotecnologias e atribuição de patentes a compostos inéditos.

As atuais estratégias de inovação na cosmetologia centram o seu foco na preocupação com a sustentabilidade do Planeta, ao mesmo tempo que tendem a aumentar a concentração de ativos naturais, diminuindo ao máximo as substâncias químicas capazes de serem mais suscetíveis de provocar irritações, alergias ou outras incompatibilidades dérmicas. Essas substâncias tendem a ser substituídas por outras, menos agressivas e mais compatíveis com a fisiologia da pele.

Devido à rejeição de ingredientes derivados de animais, utilizam-se cada vez mais elementos marinhos, tais como as algas e micronutrientes marinhos, frequentemente associados a extratos de plantas, óleos vegetais, frutas e sementes.

NANOTECNOLOGIA

Perspetivando-se a utilização da nanotecnologia responsável pela criação de micropartículas, esta parece apresentar muitas vantagens comparativamente à cosmética tradicional. As moléculas obtidas por nanotecnologia conseguem ações mais intensas, mais rápidas e com maior durabilidade, sendo muito utilizadas para combater o envelhecimento cutâneo.

A intensificação da produção dos cosméticos com recurso à nanotecnologia não é um processo usado no fabrico de produtos em todas marcas disponíveis no mercado, sendo um dos fatores que pode justificar as diferenças de preço.

Resultados imediatos e visíveis dependem, não só da qualidade dos cosméticos, mas também da capacidade de reação de cada pessoa, idade, fatores genéticos e hábitos de vida, podendo também ser potenciados com a utilização de equipamentos.

APARATOLOGIA ESTÉTICA

O recurso a processos invasivos, tais como cirurgias e injetáveis – ácido hialurónico e bótox –, são atualmente opções muito comuns do consumidor. No entanto, estas opções não são isentas de riscos e contraindicações. Por este motivo, a utilização de aparelhos concebidos para aplicação em Estética por profissionais devidamente credenciados é uma boa escolha, por não apresentar, na sua maioria, efeitos nefastos e riscos sérios para a saúde.

Desenvolvendo-se a cosmética de modo galopante no que respeita à pesquisa e investigação de novos ativos, o mesmo não acontece com as tecnologias integradas na aparatologia estética. Os equipamentos mudam a sua aparência, mas as tecnologias usadas para Estética mantêm os seus alicerces na engenharia dos equipamentos usados na Medicina e Fisioterapia.

Na atualidade, ganharam protagonismo os equipamentos baseados na aplicação do frio combinado com microcorrentes circulares, com efeitos drenantes, anticelulíticos e refirmantes; e a diatermia por radiofrequência, com efeitos ao nível da recuperação do tecido conjuntivo e estimulação do colagénio.

Leia o artigo completo na edição de maio 2022 (nº 327)