A doença de Alzheimer é uma das formas mais comuns de demência e a sua incidência tende a aumentar, devido ao envelhecimento da população.

 

A doença de Alzheimer é um processo neurodegenerativo progressivo, cuja etiologia se desconhece, conducente à destruição dos neurónios, sobretudo dos que intervêm em funções corticais superiores – como a memória e a capacidade de aprendizagem –, tendo consequências devastadoras no funcionamento mental, comportamento e capacidade para a realização das tarefas do dia a dia. Trata-se de uma das doenças mais incapacitantes que afetam os idosos.

Começa por aniquilar a memória e, aos poucos, vai dominando as restantes funções mentais, até determinar a completa ausência de autonomia.

A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais frequente nos países industrializados, sendo que a sua incidência tende a aumentar, devido ao envelhecimento da população. Estima-se que, atualmente existam em Portugal mais de 200 mil pessoas com demência, das quais 60 a 80% têm Alzheimer.

ALTERAÇÕES DO CÓRTEX CEREBRAL

As alterações mais comuns de doença de Alzheimer ocorrem nas proteínas das células nervosas do córtex cerebral – a camada exterior do cérebro –, conduzindo a uma acumulação de fibras anormais. À vista de um microscópio vulgar, estas alterações aparecem como um “emaranhado” de filamentos. Estes emaranhados de fibras nervosas foram descritas pela primeira vez em 1906, por Alois Alzheimer, um neurologista alemão.

Ao microscópio eletrónico, que pode aumentar mais de 100.000 vezes, são reveladas outras alterações no cérebro, as quais são características da doença. Dispersas pelo córtex, algumas extremidades das células nervosas degeneram e interrompem a passagem dos sinais eletroquímicos entre si. Estas zonas degeneradas apresentam uma aparência típica ao microscópio e são chamadas placas. Quanto maior o número de placas e de emaranhados, maiores parecem ser as alterações das faculdades intelectuais e da memória.

AS CAUSAS

A doença de Alzheimer é uma disfunção neurológica degenerativa inexorável, para a qual não há, até à data, nenhum método conhecido de prevenção ou cura. Porque é que as placas e os emaranhados de fibras nervosas se desenvolvem no córtex cerebral ainda está para ser descoberto.

Embora alterações emocionais e stress possam afetar temporariamente a disposição e o comportamento do doente, elas não são causas da doença, mas mais provavelmente consequências dela.

Os cientistas estão a aplicar os mais recentes conhecimentos e técnicas de investigação, para estudar o tecido do cérebro humano colhido em autópsia. Embora haja, atualmente, um bom número de pistas prometedoras, a determinação da causa da doença de Alzheimer ainda terá de esperar por investigações mais profundas.

Leia o artigo completo na edição de setembro 2022 (nº 330)