A insuficiência cardíaca é uma doença que afeta, sobretudo, os mais idosos. Porém, nas últimas duas décadas, ocorreram marcados avanços nos tratamentos, dos fármacos às cirurgias.
Artigo da responsabilidade da Dra. Brenda Moura, Cardiologista do Hospital das Forças Armadas, Porto
Cerca de 4,4% da população com mais de 25 anos, em Portugal, sofre de insuficiência cardíaca (IC). No entanto, esta síndrome afeta, sobretudo, os indivíduos mais idosos: se no grupo com menos de 49 anos há 1% de pessoas afetadas, no escalão acima dos 80 anos já são 16 por cento.
POR QUE MOTIVO TANTAS PESSOAS TÊM IC?
A insuficiência cardíaca surge quando o coração não tem força suficiente para bombear o sangue de que o organismo necessita. Deste modo, todas as doenças que afetam o coração podem originar insuficiência cardíaca.
Sabemos, por exemplo, que há muitos doentes com hipertensão arterial (HTA) em Portugal. O coração destes doentes vai estar submetido a um esforço anormal, durante anos, e o que pode acontecer é que, ao fim de algum tempo, este coração começa a não conseguir desempenhar o seu trabalho de forma eficaz.
Outro exemplo de uma situação que leva à IC é o enfarte do miocárdio. Quando um doente sofre um enfarte, há uma zona do coração que morre (o enfarte dá-se quando uma das artérias que levam sangue para o coração entope; a zona do coração irrigada por essa artéria vai ficar sem sangue, portanto, sem oxigénio, e não consegue sobreviver). Esta zona do coração que morre passa a ter uma cicatriz, em vez de músculo, levando a que o coração fique mais fraco.
Para além destas situações, que são muito frequentes, quer em Portugal quer nos outros países desenvolvidos, existe uma outra causa de IC que é cada vez mais habitual e que é mais frequente nas mulheres de escalões etários mais avançados. É quando, por obesidade, por dislipidemia (aumento das gorduras no sangue) e/ou por sedentarismo, o coração e as artérias se tornam muito rígidos, dificultando o seu funcionamento.
COMO É QUE UMA PESSOA PODE SABER SE TEM IC?
Como referido anteriormente, a insuficiência cardíaca é a incapacidade do coração bombear sangue para o organismo na quantidade que este necessita. Dado que em repouso as necessidades do organismo são menores, normalmente não há sintomas. As queixas aparecem quando o doente tenta fazer alguma atividade. Quanto mais grave a situação, menos atividade o doente consegue fazer sem sintomas. Perante estas queixas, é aconselhável recorrer ao médico assistente para um correto diagnóstico e orientação.
Leia o artigo completo na edição de maio 2016 (nº 261)
You must be logged in to post a comment.