Não há nenhum metabolismo no corpo que esteja independente da ação hormonal. As hormonas são, pois, fundamentais para a manutenção da saúde.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Ivone Mirpuri

Médica Patologista Clínica; Especialista em Medicina Antienvelhecimento, pela World Society of Anti-Aging Medicine; Especialista em Hormonologia, pela International Hormone Society; Certificação em Medicina Antienvelhecimento, pelo Cenegenics,  Nevada University, USA

 

 

 

 

 

Uma hormona é definida como uma substância que é produzida num determinado órgão, mas que exerce a sua ação à distância desse órgão e atuam ligando-se a “recetores” nas células. São importantes substâncias de que dependem todos os sistemas do nosso corpo, os quais deixam de funcionar eficazmente quando as hormonas escasseiam, algo que acontece ao envelhecermos.

UM PROBLEMA DAS MULHERES E DOS HOMENS

Com o processo de envelhecimento, os nossos níveis hormonais vão decaindo, à razão de 1 a 3% ao ano. Isto faz com que todos os sistemas e metabolismos do organismo comecem a deteriorar-se. O corpo começará a funcionar menos bem e a surgirem  as chamadas doenças degenerativas: tumores, perdas cognitivas, doença de Alzheimer, Parkinson, demências e, também, hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes.

Na menopausa, a mulher perde muitas das suas hormonas. Então, como podem as mulheres trabalhar mais uns 15 anos em média, quando a cabeça delas está “perdida, vazia, com falta de concentração, de memória”?! Nós, mulheres, que fomos exímias trabalhadoras, mães, gestoras do lar, educadoras dos filhos, que mil coisas conseguíamos fazer outrora e simultaneamente, ficamos sem vitalidade, sem energia, a sentirmo-nos envelhecer, quando ainda temos tanto que depende de nós e uma vida longa pela frente. Queremos viver com energia, vitalidade, mais saúde e menos doença.

E os homens, que outrora cheios de energia, ideias e criatividade, se sentem a esmorecer, aqueles que, com cargos de chefia, não tomam já as decisões mais acertadas, falta-lhes a memória, o entusiasmo, o planeamento futuro, a capacidade de pensar “mais além”, tornando-se uns “chefes insuportáveis”.

A idade pode-nos trazer sabedoria e compreensão ou tornar-nos egoístas, com pensamentos deturpados, tomada de más decisões e destruição de muitas famílias e de uma nação.

Efetuar o equilíbrio hormonal proporciona-nos a lucidez e saúde por mais tempo.

TRATAR AS CAUSAS

Compete a todas as especialidades esta visão e conhecimento. Pois em todos os sistemas se vão repercutir as deficiências hormonais relacionadas com a idade. E se o médico não estiver atento às queixas como possível sinal e sintoma de deficiência hormonal, vai tratar sintomaticamente este utente, em vez de poder ter tratado as causas.

Não há nenhum metabolismo no corpo que esteja independente da ação hormonal. As hormonas são, pois, fundamentais para a manutenção da saúde.

Mas para que elas funcionem bem, para que as células possam receber a sua “sinalização”, nada se consegue sem ter em atenção os cinco pilares da saúde antienvelhecimento, sobre os quais se deve apoiar toda a ação médica: alimentação, exercício físico, suplementação alimentar, modulação hormonal e estilos de vida saudáveis.

O médico deveria ter tempo para elucidar o doente em todos estes campos, ou apoiar-se em quem o possa ajudar, para que tudo funcione bem. Há que pensar que  o corpo é bioquímica na sua essência, por isso, todos os médicos devem ter conhecimento aprofundado de bioquímica, fisiologia e fisiopatologia.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)