Sabia que mais de 3 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 a fazer insulina comunicaram a ocorrência de hipoglicemias num curto período de tempo e 6 em cada 10 episódios não foram tratados adequadamente? Quando não são devidamente detetadas e geridas, as hipoglicemias podem ter um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 e podem trazer complicações de saúde que aumentam o risco de morte cardiovascular.

As hipoglicemias mais graves são as hipoglicemias noturnas, que ocorrem quando as pessoas com diabetes e os seus cuidadores não se apercebem do que está a acontecer e podem pôr a sua vida em risco. As hipoglicemias resultam de uma baixa concentração dos níveis de glicose (açúcar) no sangue que pode ser provocada por erros na alimentação, utilização de alguma medicação oral para a diabetes ou excesso de insulina, exercício físico não programado e sem suporte alimentar e/ou consumo excessivo de álcool.

As hipoglicemias são a segunda maior causa de ida às urgências hospitalares das pessoas com diabetes em Portugal, cerca de um milhão. Ao mesmo tempo, os custos associados ao seu tratamento são significativos. O tratamento de uma hipoglicemia grave tem um custo superior a 1.450 €/episódio.

A 11 de dezembro é lançada a campanha “Hipoglicemia. Uma já pode ser demais”, da qual Paula Serraninho é um dos rostos. Paula já viveu muitos episódios de hipoglicemia, alguns chegaram mesmo a deixá-la em coma e teve até uma hipoglicemia que a deixou consciente, mas paralisada durante cerca de 10 horas. Nos primeiros tempo após o diagnóstico de diabetes tipo 1 tinha os sintomas habituais de hipoglicemia, como suores, tremores, dificuldade da concentração ou confusão mental, mas hoje em dia só medindo os níveis de glicemia é que se apercebe se está em hipoglicemia (abaixo dos 70 mg/dl).

Ema Carvalho (enfermeira com diabetes tipo 1), Isabel Videira (que vive com diabetes tipo 2) e Emiliana Querido (professora com diabetes tipo 1) são outros 3 rostos desta campanha, que pretende sensibilizar as pessoas com diabetes, familiares e toda a sociedade civil para os perigos das hipoglicemias. Para Ema, por exemplo, os sintomas mais desagradáveis da hipoglicemia são o formigueiro nos lábios e a confusão mental. “Sabemos que estamos cá, mas é como se perdêssemos o controlo do que queremos fazer o que faz com que por vezes tenhamos reações que aos olhos dos outros parecem de histerismo”, ouve-se no seu testemunho. Já Isabel revela que quando tem uma hipoglicemia sente o corpo a tremer, apesar de isso não ser visível aos olhos dos outros. Isabel tenta lidar com tranquilidade com a diabetes, mas tem a preocupação de controlar bem a sua glicemia, pois está bem ciente das consequências da diabetes descontrolada. Emiliana diz que as hipoglicemias têm um grande impacto na sua vida, pois demora algum tempo a recuperar e fica bastante abatida e com fraqueza, o que acaba por ter um impacto no seu dia-a-dia e no trabalho, enquanto professora.  Outro testemunho é o de Pedro Loureiro, para quem uma hipoglicemia nunca é igual à outra e que sente os episódios de hipoglicemia como tendo um hipopótamo gigante a cair sobre si.

Todos os doentes que dão o seu testemunho nesta campanha de sensibilização têm o cuidado de alertar as pessoas à sua volta sobre o perigo das hipoglicemias e os procedimentos a adotar para as corrigir. Esta campanha é uma iniciativa da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), da Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD), da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo (SPEDM), com o apoio da Novo Nordisk.

Para saber mais sobre esta campanha, sobre as hipoglicemias e conhecer outros testemunhos de pessoas com diabetes e profissionais de saúde pode visitar o site https://www.umajapodeserdemais.pt onde encontra vídeos com testemunhos de doentes e profissionais de saúde.