As estratégias preventivas, entre elas a redução do consumo de sal, apresentam um potencial enorme para prevenir o desenvolvimento de hipertensão arterial e das suas complicações.

A pressão arterial é a força com que o sangue circula pelo interior das artérias no corpo. A hipertensão arterial (HTA) ocorre quando esta pressão se encontra elevada de forma crónica.

A pressão arterial tem duas medidas: a pressão arterial sistólica ou “máxima”; e a pressão arterial diastólica ou “mínima”. A primeira corresponde ao momento em que o coração contrai, enviando o sangue para todo o corpo. A segunda ocorre quando o coração relaxa para se voltar a encher de sangue.

CAUSA CONHECIDA?

De acordo com vários estudos, estima-se que 30 a 45% da população europeia tem hipertensão arterial e Portugal não é exceção a estes números.
Na maioria dos casos (90%), não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial; diz-se, então, que a HTA é essencial ou primária.

Noutras situações, é possível encontrar uma doença ou condição associada que é a verdadeira causa da hipertensão; neste caso, estamos perante uma HTA secundária. São exemplos destas doenças ou condições: apneia do sono, doença renal crónica, síndrome de Cushing, hiperaldosteronismo primário, doença tiroideia e paratiroideia, uso de contracetivos orais e gravidez, entre outros.

A hereditariedade e a idade também são dois fatores a ter em atenção. Em geral, quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver a hipertensão arterial.

MAIOR RISCO DE MORTE

Os doentes com hipertensão arterial têm um maior risco de morte ou desenvolvimento de determinadas patologias, como a insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais (AVC), enfarte do miocárdio, insuficiência renal, perda gradual da visão, esclerose das artérias, entre outras. A adoção de um estilo de vida saudável pode prevenir o aparecimento da doença e a sua deteção e acompanhamento precoces podem reduzir o risco de vir a desenvolver estas patologias.

SOU HIPERTENSO?

Considera-se que uma pessoa é hipertensa quando apresenta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, um dos valores de pressão arterial (sistólica ou diastólica) ou ambos iguais ou superiores a 140/90mmHg, determinados por um profissional treinado e utilizando um aparelho calibrado e validado.
Diz-se que um indivíduo tem valores de pressão arterial normais quando apresenta ambos os valores abaixo de 130/85mmHg.

Para valores entre 130-139mmHg de pressão arterial sistólica e/ou 85-89mmHg de pressão arterial diastólica, diz-se que os valores são normais-altos e, portanto, essa pessoa apresenta um maior risco de vir a ter hipertensão arterial.

AUSÊNCIA DE SINTOMAS

Regra geral, a hipertensão não provoca quaisquer sintomas nos primeiros anos de doença. Nalguns casos, pode manifestar-se através de sintomas como cefaleias, tonturas, mal-estar difuso, visão desfocada, dor no peito ou sensação de falta de ar, sintomas estes que são comuns a muitas outras doenças.

Contudo, com o passar dos anos, a pressão arterial elevada acaba por lesar os vasos sanguíneos e alguns órgãos vitais (cérebro, coração, rins), podendo provocar alguns sinais e sintomas relacionados com estas complicações.

Leia o artigo completo na edição de abril 2023 (nº 337)