O verão é tempo de férias, viagens, sol e praia, de total descontração e, muitas vezes, também de alguns excessos. Por isso, nunca é demais prevenir os eventuais problemas de saúde típicos da estação: não deixe que uma estúpida insolação ou uma inesperada diarreia arruínem as suas férias. E há ainda outros perigos à espreita…

 

Dos grandes problemas característicos do verão destacam-se os provocados pelo Sol. De facto, são muito frequentes os casos de queimaduras solares, mais ou menos graves, durante esta época do ano. É que, embora apanhar sol seja benéfico para os ossos e para a pele, pois tem um efeito favorável em casos de acne, psoríase e alguns tipos de eczemas, as exposições prolongadas são inegavelmente prejudiciais.

Mas apesar das reiteradas advertências dos especialistas sobre a comprovada relação entre as exposições prolongadas aos raios solares e o aumento da incidência do cancro de pele, persiste o empenho de muitos em conseguir um bronzeado perfeito, no menor tempo possível.

O bronzeado é uma resposta defensiva da pele. A sua cor depende do nível de melanina; se a pele não está dotada de proteção suficiente, produzem-se as queimaduras. É por isso que os especialistas recomendam apanhar sol em pequenas quantidades e progressivamente, utilizando, nos primeiros dias, um fator de proteção mais elevado, sobretudo no caso de peles muito sensíveis e quando se trata de crianças e idosos. Fazendo as coisas corretamente, demora-se entre 15 e 20 dias para conseguir o bronzeado; tentá-lo em menos tempo é expor-se ao risco de queimaduras na pele e, com o passar dos anos, de algo mais grave…

Passar demasiado tempo ao Sol pode, ainda, provocar insolação, sobretudo nas crianças. Os primeiros sintomas são: cefaleias intensas, febre, vómitos, vertigens e até convulsões. Quando se deteta uma insolação, há que afastar a pessoa do Sol, deitá-la e aplicar-lhe panos de água fria; se a pessoa não perdeu a consciência, há que fazê-la tomar bebidas frias, com um pouco de sal, para evitar a desidratação. É obrigatório consultar o médico.

Regras elementares

Para “saborear” o Sol de forma saudável, há que ter em conta algumas regras elementares. Assim, não se devem ingerir alimentos pesados, antes de apanhar banhos de sol; é aconselhável, isso sim, beber muitos líquidos, ao longo do dia.

Por outro lado, não é recomendável apanhar muito sol quando se está a seguir um regime alimentar restritivo, já que pode dar lugar a estados de fadiga. Isto porque, quando se leva a cabo uma dieta de emagrecimento, pode produzir-se uma carência em certas vitaminas, como a C e a D, carência esta que provoca fragilidade cutânea.

Para um excelente bronzeado, recomendam-se as vitaminas A e D, que se encontram abundantemente no peixe, nos ovos, nos produtos lácteos, nas frutas frescas e nos vegetais crus, assim como nos frutos secos.

Intoxicação alimentar

Por muito que se alerte para o risco das intoxicações alimentares, durante o verão, por muito que a Organização Mundial de Saúde estabeleça normas sobre manipulação, conservação e consumo de alimentos, a diarreia continua a ser o problema de saúde que mais afeta a veraneantes.

A profusão de quadros diarreicos deve-se a duas causas principais: às mudanças nos hábitos alimentares e à incidência negativa das temperaturas elevadas, próprias da época, sobre a conservação dos alimentos.

Há dois tipos de diarreia: com febre e sem febre. A primeira é provocada, habitualmente, pela bactéria Salmonella e tem como primeiros sintomas, para além da febre elevada, mal-estar, dores abdominais e a diarreia propriamente dita, com fezes que são inicialmente viscosas, tornando-se, depois, líquidas.

A Salmonella encontra-se, fundamentalmente, nos ovos, nas carnes, nos peixes e nos mariscos, nos alimentos crus, na água e no leite. Desde que a bactéria se introduz no organismo até que se manifestam os seus efeitos, costumam decorrer entre 6 a 24 horas. Logicamente, há que acorrer, de imediato, ao médico ou a um serviço de urgência.

Por sua vez, as diarreias sem febre podem ser provocadas por numerosos gérmenes, entre os quais se destacam, pela sua gravidade, os estafilococos. A afeção deve-se à contaminação dos alimentos por uma toxina produzida pelo dito gérmen. O início destas diarreias é repentino e muito agudo e as fezes são líquidas desde o primeiro momento. A toxina pode encontrar-se nos produtos lácteos, no fiambre ou nas conservas. Os sintomas aparecem pouco tempo após a ingestão da comida contaminada e prolongam-se durante algumas horas.

Leia o artigo completo na edição de julho/agosto 2019 (nº 296)