A presença de recetores do vírus no ovário justifica a importância de analisar como este atua na fertilidade feminina. Nas mulheres que venceram a doença e que participaram do estudo não houve diminuição dos níveis da hormona anti-mulleriana (AMH).
Apesar da magnitude avassaladora desta pandemia e da sua prevalência mundial, os efeitos reprodutivos da COVID-19 não estão ainda totalmente esclarecidos. Com o retomar das atividades dos centros de reprodução assistida, torna-se prioritário estudar a realidade reprodutiva das pessoas infetadas pelo coronavírus.
Nesse sentido, e com base na presença de recetores do vírus SARS-CoV-2 no ovário, há uma pergunta que se afigurava como obrigatória para os especialistas em fertilidade: a reserva ovárica da mulher pode ser afetada após a infeção por COVID-19? O estudo dos investigadores do IVI vem responder a esta pergunta.
“De maio a junho de 2020, convidámos 46 doentes das nossas clínicas IVI a participar neste estudo, depois de terem vencido o coronavírus. Todas elas tinham estudo prévio da hormona anti-mulleriana (AMH) com 6 meses de antecedência, no máximo. Os resultados desta pesquisa foram muito positivos, mostrando que a transmissão desta doença não afeta o estado da reserva ovárica. Por isso, podemos estar convictos de que as hipóteses de sucesso no tratamento reprodutivo permanecem intactas”, explica a Dra. Catarina Godinho, ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução do IVI Lisboa.
As mulheres participantes no estudo foram divididas em dois grupos, de acordo com os níveis prévios de HAM: níveis baixos (16 doentes), com média de idades de 38,6 anos; e níveis normais a elevados (30 pacientes), com média de idades de 34,7 anos. Em nenhum dos dois grupos foi possível concluir que a doença pudesse afetar a diminuição da reserva, o que é encorajador para as mulheres que já antes de terem sido infetadas com COVID-19 tinham uma reserva ovárica baixa.
“Embora os resultados suscitem grandes esperanças para as mulheres que tiveram COVID-19, no que diz respeito às previsões reprodutivas, são necessários mais dados para tirar conclusões definitivas, por isso será essencial aumentar o tamanho da amostra para verificar se os resultados permanecem nesta linha”, conclui.
Sobre IVIRMA Global
O IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica em Espanha especializada integralmente em reprodução humana. Desde então ajudou, a nascer mais de 200.000 crianças, graças à aplicação das novas tecnologias em Reprodução Humana. No início de 2017, o IVI fundiu-se com a RMANJ, tornando-se o maior grupo de Reprodução Assistida do mundo. Atualmente conta com mais de 65 clínicas em 11 países e é líder em Medicina Reprodutiva.
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