O Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra iniciou recentemente a estimulação magnética transcraneana (TMS), um dos principais métodos físicos não invasivos baseado na geração de um campo eletromagnético para modulação da resposta neuronal de determinada área cerebral.

O CRI de Psiquiatria do CHUC iniciou a sua atividade assistencial implementando protocolos de estimulação magnética transcraneana em doentes com quadros clínicos crónicos e refratários de depressão Major e na perturbação obsessivo-compulsiva, sendo a equipa do CRI de Psiquiatria pioneira nesta intervenção a nível nacional no Serviço Nacional de Saúde.

Através desta técnica (TMS) é possível estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, constituindo uma alternativa complementar no tratamento de algumas perturbações psiquiátricas e neurológicas que têm vindo a ser objeto de diversas investigações nas últimas décadas.

As técnicas de estimulação cerebral não invasivas promovem modificações na excitabilidade cortical (quer inibição, quer potenciação), modulam a atividade de redes neuronais e especialmente são promotoras de plasticidade neuronal, indicando o seu potencial efeito terapêutico, com uma vantagem face a outras metodologias que se realizada dentro dos parâmetros de segurança, praticamente não possui efeitos adversos – pelo contrário, alguns estudos apontam inclusive melhorias em termos de funcionamento cognitivo para além dos efeitos terapêuticos na sintomatologia.

O investimento que o CHUC fez na aquisição desta tecnologia representa o compromisso do Conselho de Administração na Saúde Mental, na criação de projetos inovadores sinalizados pela direção do CRI de Psiquiatria e que permitam novas abordagens terapêuticas, sobretudo em patologias refratárias às terapêuticas convencionais.

Refira-se que os primeiros sinais inequívocos da utilidade clínica desta técnica surgiram em finais de 2008, com a aprovação da primeira terapia por TMS para a depressão por parte da Food and Drugs Administration (FDA), consolidada pelo mesmo organismo em 2009. Desde então, outras aprovações têm surgido, nomeadamente para o tratamento da perturbação obsessivo-compulsiva.