Para alguns, a hora do sono é o melhor momento do dia. Mas para muitas outras pessoas, é o princípio de um longo pesadelo. Seja como for, dormir é uma necessidade vital, de que não podemos prescindir.
O sono é essencial ao organismo humano. Além de descansar fisicamente durante o sono, o organismo renova-se e recupera, como se fizéssemos um reset num computador e tudo regressasse ao seu estado original. O sono é um período durante o qual o cérebro prepara o organismo para que, no dia seguinte, possa estar, de novo, no seu máximo rendimento.
Efeito reparador
O sono tem um claro efeito reparador, porque se produzem importantes mudanças metabólicas e hormonais imprescindíveis ao ser humano.
Em contrapartida, a falta de sono produz radicais livres e causa efeitos semelhantes ao envelhecimento. A pele perde brilho e torna-se opaca e rugosa. Durante a noite, o corpo elimina células mortas, recupera do stress diário e descansa. Se não dormirmos o suficiente, estas funções alteram-se. Prova disso são as olheiras, que não são outra coisa senão a acumulação de toxinas.
A pele é, sem dúvida, o órgão que mais se recente com a falta de sono, uma vez que, enquanto dormimos, o corpo produz hormonas do crescimento, encarregues da regeneração celular.
Por outro lado, não dormir limita a produção de leucócitos e de cortisol, situação que aumenta a probabilidade de sofrer infeções e doenças cardiovasculares.
A memória também se renova durante o sono: se não dormimos, a capacidade mental ressente-se.
Fases do sono
Se observarmos atentamente uma pessoa, desde que adormece e durante duas horas, verificaremos que o seu organismo produz uma série de mudanças. Por exemplo, é frequente que, no início do sono, se produzam umas ligeiras contrações musculares nas extremidades ou em todo o corpo. Também é comum observar movimentos oculares rápidos, que se produzem cerca de 90 minutos após o início do descanso, dando início à chamada fase REM (Rapid Eye Movement).
Apesar de termos a sensação de que dormimos “de uma tirada”, durante o descanso produzem-se diversos períodos de sono profundo, alternados com outros de sono mais leve.
Vejamos, uma a uma, as diversas fases do sono:
Fase não-REM 1 – Conhecida como fase de sonolência ou adormecimento. Nela, o corpo inicia uma distensão muscular, a respiração torna-se uniforme e a atividade cerebral mais lenta. Dura poucos minutos.
Fase não-REM 2 – Alcança-se uns minutos depois e é o chamado “sono confirmado”. As ondas cerebrais tornam-se mais lentas. Prolonga-se por cerca de 25 minutos no ciclo inicial e estende-se a cada ciclo sucessivo.
Fase NÃO-REM 3 – Entramos numa fase de transição para o sono profundo. As ondas cerebrais são ainda mais lentas, sendo necessário estímulos fortes para despertarmos. Costuma durar entre 20 e 40 minutos.
Fase REM (Rapid Eye Movement) – É quando se produzem os movimentos oculares rápidos, durante cerca de 10 minutos. Ao contrário do que se possa pensar, é uma fase de sono profundo.
O conjunto das quatro fases compõe um ciclo de sono, que dura aproximadamente 90 minutos. Os ciclos repetem-se 4 a 6 vezes, numa noite típica de sono. Se formos acordados durante uma fase REM, teremos mais probabilidades de recordar o sonho.
QUANTAS HORAS POR NOITE?
O número de horas de sono necessárias a cada pessoa depende se si própria. Mais do que um sono comprido, o que se precisa é de um sono reparador, bom em qualidade e intensidade.
Os especialistas recomendam uma média de 7 a 8 horas, mas este valor não é válido para todas as pessoas. Com a idade, os padrões de sono variam. Os recém-nascidos dormem por períodos curtos, mas muito frequentes, totalizando cerca de 18 horas por dia. Para alguns adultos, quatro horas de descanso diário parecem ser suficientes, enquanto outros necessitam dormir mais de dez.
NOITES EM BRANCO
Muitas pessoas demoram horas para adormecer; outras acordam constantemente durante a noite; muitas acordam cansadas, como se não tivessem dormido. Se é o seu caso, é provável que sofra de uma perturbação do sono. Há, pois, que encontrar meios para acabar com o suplício das noites em claro.
Atualmente, cerca de 30% da população mundial sofre de perturbações de sono. O stress, os conflitos internos e o ritmo acelerado da vida moderna refletem-se negativamente no descanso noturno.
Qualquer pessoa já passou noites em branco por culpa de exames escolares, insegurança laboral ou outros problemas pessoais. Mas se a situação se repete, noite após noite, pode afirmar-se que sofre de insónias.
Porém, é preciso ter em conta que a insónia é um sintoma, não uma doença. Por detrás dela, escondem-se outras patologias físicas ou psíquicas. Por isso, perante uma perturbação do sono, há que consultar um especialista, para atacar a raiz do problema.