DAR SANGUE É A ÚNICA FORMA DE DIMINUIR A CARÊNCIA DESSE COMBUSTÍVEL VITAL, GRATUITO E EXTREMAMENTE NECESSÁRIO NAS UNIDADES HOSPITALARES. É, TAMBÉM, UMA ENORME DEMONSTRAÇÃO DE ALTRUÍSMO E HUMANIDADE.

 

É provável que já tenha sentido vontade de dar sangue, mas é igualmente admissível que certas dúvidas e preconceitos o tenham assaltado, alguns com peso suficiente para o fazer recuar nas suas boas intenções. Por isso, neste artigo, procuraremos esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre a dádiva de sangue, bem como dar algumas sugestões acerca da forma mais simples de auxiliar o próximo.

“Nunca ninguém me pediu para dar sangue”

Considere-se convidado, desde já! Esse convite silencioso não é formal, é real: é-lhe dirigido por todas as crianças e adultos que carecem de sangue ou dos seus componentes, pelas vítimas de acidentes de trabalho ou rodoviários, por todos aqueles que aguardam a disponibilidade de sangue para serem operados e que, por isso, ocupam uma cama que muitos precisariam de utilizar em tempo útil.

“O meu sangue não deve prestar porque já tive várias doenças”

A sua dúvida deverá ser esclarecida junto do seu médico assistente. Mas, mais simplesmente, pode oferecer-se para dar sangue, pois será submetido a um exame clínico, no decurso do qual o médico lhe aconselhará a atitude correta, sempre pensando na preservação da sua saúde e bem-estar. Confie nos serviços de sangue e nos seus médicos.

“O sangue faz-me falta”

Um adulto normal tem entre 5 e 6 litros de sangue. Uma pessoa saudável pode dar sangue regularmente, sem que esse facto prejudique a sua saúde.

“O meu tipo sanguíneo não é o que faz mais falta”

Todos os tipos de sangue são necessários, mesmo aqueles que são mais comuns. Basta que se lembre que você mesmo pode precisar de sangue. Se todas as pessoas com um grupo sanguíneo igual ao seu pensassem como você…

“Tenho medo de dar sangue”

Uma grande parte das pessoas sente isso, quando vão dar sangue pela primeira vez. Mas logo depois, perdem o receio e a dádiva de sangue torna-se natural e simples. Observe o à-vontade e descontração das pessoas que regularmente vão dar sangue e tire as suas conclusões.

“Ainda não tenho idade para dar sangue”

Qualquer pessoa saudável, com idade compreendida entre os 18 e os 65 anos, pode dar sangue, sem qualquer problema.

“Peso pouco”

Qualquer pessoa com peso próximo dos 50 Kg pode dar sangue. Confie, nesse e noutros aspetos, no critério experimentado e seguro do especialista que lhe vai fazer o exame médico, no serviço de sangue a que se dirigir.

“Já dei sangue este ano”

Fez bem, mas pode repetir a dádiva, sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem-estar. Qualquer pessoa pode dar sangue várias vezes por ano (os homens de 3 em 3 meses e as mulheres de 4 em 4 meses). Esta informação tem uma base científica segura e recolhe uma vasta experiência de muitos anos, abarcando milhões de dádivas, em todas as partes do mundo.

“Dei o meu sangue gratuitamente, mas receio que o vendam ao doente”

A venda ou comercialização de sangue está proibida por lei. Apenas poderão ser cobradas as despesas relativas ao processamento do sangue, isto é, os custos de material e exames laboratoriais necessários à preparação do sangue, para que este possa ser transfundido com a maior segurança.

“Receio sentir-me enfraquecido se der sangue”

Apenas lhe são colhidos cerca de 4,5 decilitros de sangue. As proteínas e as células sanguíneas existentes neste volume são rapidamente repostas em circulação pelo organismo. Momentos após a dádiva de sangue, qualquer pessoa pode voltar à sua ocupação normal. Contudo, algumas atividades, como por exemplo pilotos de aviões, maquinistas de comboios ou mergulhadores, não devem ser exercidas nas horas seguintes à dádiva.

“Já há muita gente que dá sangue”

É verdade, mas a procura de sangue, componentes e derivados não para de aumentar, graças aos progressos da ciência médica e à crescente extensão dos benefícios de uma assistência que se pretende de melhor qualidade, a uma número cada vez maior de pessoas. As necessidades terapêuticas dos doentes exigem cada vez mais dadores, isto é, pessoas em boas condições de saúde e com hábitos de vida saudáveis.

“Não tenho tempo”

Se, por um instante, pensar no bem que faz com a sua dádiva de sangue, rapidamente concluirá que essa não é uma boa razão: verá que não está tão ocupado como julga.

“Fui pressionado a dar sangue, mas não estou disposto a fazê-lo outra vez”

Ninguém é obrigado a dar sangue. A dádiva de sangue é um ato livre e voluntário de pessoas de bem, habituadas a pensar nos outros. Não esqueça, no entanto, que muita gente precisa do sangue que só você pode dar, porque é saudável.

“Se eu precisar de sangue, recorro a um serviço privado e pago todas as despesas”

Você pode dispor de dinheiro mais do que suficiente para pagar todo o sangue do mundo. Mas nunca deverá esquecer que o dinheiro não se pode transfundir… mesmo neste caso alguém terá cedido um pouco do seu sangue para você poder dele beneficiar. Sem sangue, de nada servirá o seu dinheiro. Para que tudo funcione bem e sem riscos, o sangue deve estar à espera do doente e não o contrário.

“Não sei como ou onde dar sangue”

Muito facilmente: dirija-se ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação – Centros Regionais de Lisboa, Porto e Coimbra ou ao hospital mais próximo. A sua visita será sempre bem recebida e terá todas as informações que desejar.