Estética, beleza, rejuvenescimento e autoestima são apenas alguns dos tópicos desenvolvidos no recente livro de Filomena Bernardo, conceituada especialista em dermopigmentação. Porque “A Beleza Não Tem Idade”.

“A Beleza Não Tem Idade” (Manuela Pereira – A Minha Vida Dava um Livro) traça-nos o trajeto profissional  de Filomena Bernardo, reputada especialista em Estética e Dermopigmentação, talvez uma das melhores nesta área, ao mesmo tempo que revela a sua evolução profissional e a sua busca incessante por novas técnicas e pelo aperfeiçoamento das já existentes.

Com uma linguagem precisa, mas acessível, Filomena Bernardo explica como aborda determinadas doenças dermatológicas de difícil, ou mesmo impossível, tratamento médico, e explica a importância da camuflagem no tratamento dessas situações, cicatrizes e outras alterações cutâneas. Refere, ainda, como os seus tratamentos contribuem para ajudar no rejuvenescimento e na melhoria da imagem e da autoestima. “Um dos meus objetivos, com este livro, foi dar a perceber o quão importante é a Dermopigmentação como ferramenta complementar do trabalho médico e da cirurgia plástica”, refere a autora.

DENUNCIAR AS MÁS PRÁTICAS

Neste seu livro, Filomena Bernardo faz questão de denunciar as más práticas e criticar os maus profissionais. “Nos últimos anos, verificou-se um aumento do número de pessoas que se dirigem à nossa clínica padecentes das más práticas realizadas, desfecho de um mercado que comporta ‘profissionais’ sem qualquer qualificação nem ética”. Por outro lado, a especialista aponta a falta de informação de quem procura estes tratamentos, bem como “os preços baixos que, cada vez mais, são praticados num mercado agressivo e que prima pela luta mercantil”, como dois dos fatores que “empurram as pessoas para a boca do lobo”.

Segundo a responsável da DermoClynic, clínica especializada em Dermopigmentação, “não é necessário ser médico para aplicar esta ferramenta, mas é imperativo ser um profissional de Estética com qualificações, ética e responsabilidade, para cuidar da beleza e do bem-estar dos seus pacientes”. O mercado está a crescer e, por isso, quem procura a Dermopigmentação ou outros procedimentos de Estética “precisa estar atento na sua escolha, para se entregar com confiança”.

DERMOPIGMENTAÇÃO É UMA ARTE

Dentro da Dermopigmentação, Filomena Bernardo destaca no seu livro a Dermopigmentação Make-up. “Não é uma maquilhagem que possa retirar com uma lavagem do rosto. Ela irá fazer parte do seu rosto por muito tempo. Por este motivo, a competência do profissional passa pelo saber desenhar à mão livre, pela escolha das cores, visagismo e um elaborado conhecimento de técnicas avançadas de maquilhagem corretiva”, explica.

“Tendo em conta o receio que existe em torno da Dermopigmentação, decidi falar um pouco sobre isto no livro, porque algumas das senhoras que chegam até mim já testemunharam, numa altura ou noutra, um tratamento mal realizado, em que as cores aplicadas se revelaram demasiado escuras em relação à sua imagem, ou tratamentos make-up que de simétrico não tinham nada”, conta Filomena Bernardo, acrescentando em estilo de corolário: “A Dermopigmentação é uma arte e o técnico um artista, capaz de fazer com que cada procedimento resulte na melhoria da autoestima e da confiança das pessoas”.

QUESTÕES DE AUTOESTIMA

É, precisamente, de autoestima que tratam algumas das páginas desta obra. Filomena Bernardo recorda um episódio: “Quando iniciei a minha carreira profissional na área da Dermopigmentação, era comum as senhoras trazerem revistas com figuras conhecidas, quer da sociedade portuguesa, quer do meio artístico internacional, como fonte de inspiração, e era praticamente uma exigência querer igualar a sua imagem à das figuras publicas. Recordo-me de uma mulher, com cerca de 30 anos, que veio à consulta porque já tinha feito de tudo para ter a aparência da Marilyn Monroe. Já tinha passado por inúmeros tratamentos e faltava-lhe a Dermopigmentação, pois sobrancelhas, olhos e lábios tinham que estar permanentemente maquilhados. Até o sinal no rosto tinha de ser exatamente igual…”.

Em seguida, Filomena Bernardo enquadra este episódio como um exemplo de ausência de autoestima: “A consciência de que a valorização da imagem, de uma forma saudável, melhora a qualidade de vida é, muitas vezes, a palavra-chave para a aceitação e a autoestima. Porém, quando surge o desejo de mudar para obter uma aparência perfeita e este se manifesta de forma exagerada, deixa de ser saudável. A insatisfação não está propriamente no aspeto físico, mas sim no psicológico, quando as emoções e pensamentos estão confusos e assentes em questões existenciais, frustrações ou desejos não correspondidos”.

BOA IMAGEM É MAIS DO QUE BELEZA

“Beleza” é um dos termos de mais difícil conceituação, apesar de todos entenderem do que se trata. Contudo, o que para alguns pode ser belo, para outros é apenas feio. Estão errados? “Os dois estão certos”, defende a especialista, “porque as noções de belo e de feio dependem de cada um de nós e da cultura subjacente. O que, na realidade, está errado, por exemplo, é uma mulher jovem querer parecer mais velha. De resto, tudo é relativo”.

É aceite que o ideal de beleza, principalmente no feminino, funciona como um modelo de identificação: é importante, ou até mesmo essencial, possuir-se uma determinada aparência para um cargo profissional, por exemplo. No entanto, Filomena Bernardo afirma, a dada altura do seu livro, que “é crucial perceber que o ideal de beleza deve passar pelo bem-estar interno e externo e não limitá-lo a certas normas impostas, consciente ou inconscientemente, por uma sociedade corrosiva das ideais; o importante é saber que é possível conjugá-las”.

“É bom que se entenda que a imagem não depende da beleza, nem da idade. Pode ter-se uma boa imagem independentemente do peso e das características físicas. O importante é encontrar o seu próprio estilo e saber potenciar as características de cada corpo e de cada rosto, aprendendo a disfarçar as imperfeições ou as zonas mais críticas”, explica a especialista.

BELEZA É ESSÊNCIA

“No conceito objetivo, vejo a beleza como uma espécie de essência, como se fosse uma fórmula que agrada a qualquer olhar. A aparência de uma pessoa pode ser promovida por um conjunto de objetivos; e foi a busca desses objetivos que me proporcionou a notável oportunidade de crescer como profissional, desenvolvendo a necessidade de ajudar a valorizar a beleza e a promover a autoestima, as quais, por consequência, melhoram a imagem de quem me procura”, explica Filomena Bernardo.

Sobre a decisão de escrever esta obra, explica: “A missão deste livro é dar mais vitalidade à vida, ajudar as pessoas a sentirem-se bem, bonitas e a aproveitarem o máximo da vida; a reencontrarem-se com elas mesmas, assumindo os defeitos e tirando o máximo partido deles”.

“A minha profissão é o meu credo, a minha mais genuína forma de vida, aquela missão que levamos a cabo com a convicção de que nada nos é disponibilizado por acaso”, conclui.

Artigo publicado na Edição de Dezembro 2015 (nº 256)