No Dia Mundial da Pessoa Idosa, que se assinala a 1 de outubro, o Grupo ORPEA relembra que o número de seniores com multimorbidade, ou seja, várias doenças, vai aumentar de forma substancial ao longo dos próximos 20 anos.
Um estudo publicado na revista “Age and Ageing” refere que um terço dos idosos será diagnosticado com demência, depressão ou incapacidade cognitiva. Ciente do futuro dos nossos seniores, o Grupo tem investido em meios para combater o Alzheimer e mudar a forma como as residências que cuidam de seniores e/ou dependentes lutam contra a doença.
COM QUE IDADE SE PODE DETETAR A DOENÇA DE ALZHEIMER?
“Não é possível determinar uma idade específica em que começa a ser possível detetar a demência de Alzheimer. Fatores múltiplos como reserva cognitiva, rede de apoio psicossocial, nível de atividade ou funcionalidade na vida diária e vulnerabilidade genética são alguns dos aspetos que interferirão no aparecimento da doença. A deteção precoce da demência do tipo Alzheimer é de especial relevância a fim de favorecer a intervenção e abordagem terapêutica o mais cedo possível”, explica André Rodrigues, médico coordenador das Residências ORPEA em Portugal.
COMO PODEMOS DETETAR A DOENÇA?
É difícil distinguir entre envelhecimento (comprometimento cognitivo associado à idade) e a doença de Alzheimer. Com o envelhecimento, há uma alteração a nível psicológico, físico e social que inevitavelmente ocorre ao longo dos anos. E embora essas mudanças sejam diferentes em cada pessoa, existem padrões comuns que nos ajudam a distinguir esse processo de envelhecimento da doença de Alzheimer: o decaimento próprio da idade, às vezes até com depressão associada; a perda de agilidade; baixa capacidade de concentração; capacidade de reação reflexa e falhas na memória também são características do processo de envelhecimento, e será necessário perceber até que ponto acontecem para determinar o que enfrentamos. Geralmente, a perda de memória associada ao envelhecimento normal corresponde a eventos não recentes, ocorridos no passado, quando a pessoa estava na sua juventude ou a dados concretos recentes e não relevantes.
“Os primeiros sintomas da doença de Alzheimer podem ser facilmente confundidos com um decaimento próprio da idade, onde também começam a diminuir as funções motoras e cognitivas da pessoa. Quando se trata da doença de Alzheimer precoce, a que ocorre em pessoas com menos de 50 anos, as diferenças são evidentes”, explica o médico André Rodrigues. Os primeiros sintomas que uma pessoa vivencia não correspondem ao que se espera de uma pessoa da sua idade. Nestes casos, o diagnóstico da Doença de Alzheimer é revelado antes. Pelo contrário, quando a Doença de Alzheimer se desenvolve numa fase mais tardia, corremos o risco de confundi-la com o processo normal de envelhecimento cognitivo e, portanto, desacelerar o seu diagnóstico. “Sem dúvida, a perda de memória é o sintoma mais característico, mas deve prestar atenção a outros indicadores para detetá-la a tempo e reduzir a sua progressão”, acrescenta.
QUAIS SÃO OS PRIMEIROS SINTOMAS?
No caso da doença de Alzheimer, os principais sinais de alerta são:
– Falta de memória em coisas quotidianas: esquecer repetidamente datas ou eventos importantes;
– Desorientação. Perda da noção espacial;
– Alguma dificuldade em executar tarefas diárias ou resolver problemas comuns;
– Repetir frases num curto espaço de tempo;
– Dificuldades em continuar uma conversa.
O mais importante em ambos os casos é conhecer os sintomas muito bem para reagir o mais rápido possível.
DE QUE FORMA SE PODE RETARDAR A DOENÇA DE ALZHEIMER?
A demência de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que geralmente tem um início insidioso e um curso progressivo. É caracterizada por apresentar alterações no comportamento, nos processos cognitivos e emocionais que com o tempo irão diminuir a autonomia e a independência.
“Uma pessoa com a Doença de Alzheimer no seu estágio inicial, não apresenta consciência da sua deterioração. Serão principalmente as pessoas mais chegadas e do seu ambiente mais próximo que começarão a observar essas mudanças. É por isso importante a sociedade aumentar a consciencialização dos principais sintomas da doença para promover a deteção precoce do comprometimento cognitivo”, sublinha.
Manter uma vida intelectual, social e emocional ativa será uma das melhores ferramentas para favorecer a preservação e melhor qualidade das funções mentais.
O Grupo ORPEA é pioneiro no desenvolvimento de meios para combater esta doença, tendo criado um sistema individualizado de prevenção, cuidados, instalações e exercícios específicos cuja expressão máxima são as Unidades Protegidas para Alzheimer e outras Demências (UPAD), únicas no sector. Estas unidades combinam tratamentos farmacológicos e cognitivos, exercícios com animais ou videojogos, salas de memorização ou multissensoriais (salas de Snoezelen).
QUE IMPACTO TEVE A PANDEMIA DE COVID-19 NA MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA?
“A pandemia criou uma situação de isolamento prolongado que levou à interrupção das rotinas e principais fontes de estímulo dos seniores. Esta condição tem sido um fator agravante para a evolução das demências como o Alzheimer. A suspensão das atividades de lazer e sociais e das atividades da vida diária para muitos seniores tem favorecido a condição de desorientação no tempo entre outros aspetos, podendo acelerar ou despertar deterioração cognitiva”, esclarece o médico coordenador das Residências ORPEA em Portugal.