A primavera traz consigo uma renovação da natureza e um clima mais quente e harmonioso, proporcionando diversos benefícios. No entanto, para algumas pessoas, esta mudança sazonal pode representar uma série de desafios para a pele. O termo “acne primaveril” refere-se ao surgimento de comedões e lesões inflamatórias, frequentemente associados ao aumento da oleosidade na pele. Mas qual a razão para isto acontecer?

Artigo da responsabilidade da Enfª Adriana Gonçalves e Enfª Mariana Monteiro. Departamento de Saúde da Pele na Clínica Nuno Mendes

 

Há vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da acne primaveril, analisemos alguns deles:

Exposição solar

Com o aumento do número de horas de sol, é comum uma exposição solar mais prolongada. No entanto, isso pode comprometer a barreira cutânea, causando desidratação e levando a um aumento da produção de sebo. Além disso, o uso de protetores solares inadequados e de caráter oclusivo pode também agravar o quadro inflamatório.

Alteração da temperatura

O aumento da temperatura e da humidade ambiental criam condições ideais para a produção excessiva de sebo. Se este excesso não for controlado, pode levar à obstrução dos poros, favorecendo a proliferação de bactérias e o consequente desenvolvimento de acne.

Alergias e dermatites

Com o florescer da primavera, há uma maior concentração de pólen no ar, o que pode desencadear reações alérgicas e desenvolver quadros de eritema e prurido. Com a danificação da barreira cutânea, pessoas com tendência acneica podem verificar um agravamento do quadro inflamatório.

Apesar de não conseguirmos controlar fatores ambientais, é possível ajustar a rotina de cuidados de forma a prevenir e atenuar os efeitos causados. Para isso, devem ser cumpridos os três pilares fundamentais: limpeza, hidratação e proteção solar.

A limpeza da pele deve ser realizada com um gel adequado ao seu tipo específico. Para quem tem acne, recomenda-se o uso de produtos com ácido salicílico, um ativo essencial para desobstruir os poros e controlar a oleosidade.

Além disso, a hidratação não deve ser esquecida, mesmo para peles oleosas. Manter a pele bem hidratada ajuda a reduzir a perda de água e a preservar a sua barreira cutânea. Para isso, recomenda-se o uso de cremes hidratantes não comedogénicos com efeito seborregulador.

O uso de protetor solar também auxilia na redução de danos cutâneos e prevenção de manchas, nomeadamente hiperpigmentações pós-inflamatórias. Deve-se optar por fórmulas “oil-free” e não comedogénicas para evitar a obstrução dos poros.

Por fim, é fundamental manter um estilo de vida saudável e uma rotina de cuidados adaptada às necessidades individuais, para manter a saúde da pele ao longo do ano.