As patologias que afetam a mão e o punho são, atualmente, muito frequentes. Vejamos as respetivas causas e formas de tratamento.
Artigo da responsabilidade do Dr. Miguel Botton
Médico especialista em Ortopedia. Unidade de Mão e Punho do Hospital CUF Descobertas.
A mão e punho são dos componente mais importantes do nosso corpo, responsáveis por muitos movimentos do dia a dia. A sensibilidade, a precisão, o tato e a força das mãos são algumas das características fundamentais para desempenharmos o nosso trabalho ou a nossa atividade desportiva.
As patologias que podem condicionar estas funções tendem a ser decorrentes de um evento traumático (fratura), mas também de movimentos de repetição em dispositivos que usamos frequentemente, como o telemóvel, o tablet e/ou o computador.
FRATURA DISTAL DO RÁDIO
A crescente utilização de veículos de mobilidade elétrica tem vindo a crescer e, com este aumento, as próprias cidades tiveram que se adaptar, criando vias próprias para estes meios de transporte. Bicicletas elétricas, trotinetes e hoverboards são cada vez mais usadas e, consequentemente, contribuem para o aumento da incidência dos acidentes.
Muitos jovens e trabalhadores ativos evitam usar os carros e os transportes públicos por diversas razões, entre elas, o preço dos combustíveis e a opção por soluções mais sustentáveis. No entanto, devemos recordar que estes meios de transporte conseguem atingir velocidades próximas dos 30 quilómetros por hora. As quedas a estas velocidades resultam, muitas vezes, em fraturas do punho: a mais frequente é a fratura distal do rádio, que tem uma incidência de quase 20% relativamente a todas as fraturas nos adultos.
A dor é imediata e, por vezes, encontra-se associada a uma deformidade e impotência funcional evidente. Nos jovens adultos, é muito frequente ter uma componente articular (isto é, atingir a cartilagem) e/ou ter lesões ligamentares associadas.
Tratamento – O tratamento não cirúrgico é possível sempre que a fratura se encontra alinhada e coaptada. Porém, nos restantes casos, a cirurgia deve ser ponderada, com o intuito de restaurar a anatomia prévia e obter um punho funcional e indolor.
A via de abordagem é combinada – aberta e artroscópica – para uma fixação rígida e tratamento de lesões associadas. A recuperação completa é variável, tendo uma duração mínima de três meses.
Leia o artigo completo na edição de março 2022 (nº 325)
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