Embora suar possa ser incómodo e antiestético, é absolutamente necessário ao ser humano. Apenas quando o suor é excessivo ou representa um problema grave para quem o sofre é conveniente consultar um dermatologista.

 

O suor é uma secreção que se produz nas glândulas sudoríparas e que se distribui por todo o corpo através das chamadas vias simpáticas. O corpo humano tem aquilo que se poderia designar como um centro de regulação da temperatura, situado no hipotálamo, bem como uma rede de neurónios sensíveis ao calor e ao frio, que permitem estabelecer se a temperatura corporal é alta ou baixa.

O sabor do suor é salgado e isso deve-se ao facto de ser formado por grandes quantidades de sódio e de cloro. Também contém ureia, ácido láctico, iões de potássio e proteínas. Ao suar, perdemos todas estas substâncias, que devemos repor, posteriormente. Isso explica, por exemplo, que nos países tropicais as dietas sejam ricas em sal. Uma pessoa que sue muito, num clima quente, pode chegar a perder 15 a 20 gramas de cloreto de sódio por dia.

Suor e calor

Sem suar, o ser humano dificilmente conseguiria manter em equilíbrio a temperatura média corporal, que deve situar-se entre os 36ºC e os 37º C. De facto, calcula-se que, em circunstâncias normais, o corpo humano perde entre 12 e 18 calorias por hora, com a água que se evapora através da pele e dos pulmões. No entanto, esta evaporação constante, da qual não nos damos conta, é insuficiente para regular a temperatura corporal.

Todas as pessoas suam, exceto aquelas que nasceram sem glândulas sudoríparas, um defeito congénito que pode levar à morte.

As pessoas que vivem em zonas quentes têm mais glândulas sudoríparas ativas do que aquelas que habitam em climas frios ou temperados. Isso significa que as pessoas que vivem em climas tropicais têm um mecanismo de suor mais eficaz. Da mesma forma, quando somos submetidos a um tempo muito quente, durante semanas – no verão, por exemplo –, suamos cada vez mais. Nestes casos, pode chegar-se a perder um litro e meio de suor por hora, nos primeiros dias de calor, quantidade que pode passar para três litros por hora, ao fim de 10 dias a aguentar temperaturas elevadas.

Suor e saúde

O nosso corpo é uma fábrica de calor constante, devido aos contínuos processos metabólicos internos que se produzem e não só quando fazemos exercício físico.

O suor é também importantíssimo para aliviar doenças que provocam febres elevadas. Suando, a febre baixa. Muitas doenças, como a pneumonia e o paludismo, por exemplo, têm o suor associado a sintomas de alívio e melhoria. Também está comprovado que muitos estados emocionais, como o nervosismo, a irritação, a ansiedade ou qualquer descarga de adrenalina, faz-nos suar, em especial através das mãos e dos pés.

Embora suar possa ser incómodo e antiestético, é absolutamente necessário. Apenas quando o suor é excessivo ou representa um problema grave para quem o sofre é conveniente consultar um dermatologista.

Leia o artigo completo na edição de julho-agosto 2022 (nº 329)